domingo, 26 de dezembro de 2010

A Semana Resumida

Poucas coisas a se fazer ssa semana.

Se você for passar o reveillon em Sampa e ainda não descobriu um lugar legal, veja as recomendações dos posts da semana passada, você deve gostar de alguma.

Veja também a parte final do texto de Mario Mammana

Tenha um excelente fim de ano e um inicio de 2011 maravilhoso.

Feliz 2011

Com um pouco de sorte, todos nós teremos, pelo menos, uns 85 reveillons. Eu já passei por 44. Isso significa que já tive mais anos do que ainda vou viver.

Ainda bem que sou uma pessoa de sorte e fui apresentado a vida boêmia quando tinha 18 anos.

Quando minhas aulas no Mackenzie terminavam, eu ia para os bares da Maria Antônia e de lá ia direto para o Bixiga. 3 bares faziam parte do meu dia-a-dia: Café Soçaite, Boca da Noite e Por que Hoje é Sábado. Esse último foi o que menos durou, mas me marcou profundamente por que existia alguns versos do "Dia da Criação", de Vinícius de Moraes, que também é conhecido por "Por que Hoje é Sábado".

Esse foi o primeiro contato - que me lembro - com o poetinha. Pesquisando sobre suas músicas e poemas achei a sábia composição "Deixa" que ele fez em parceria com Baden Powell.

Nessa música tem uma frase que me marcou muito e desde os 18 anos eu a sigo religiosamente. A frase é "Ninguém vive mais do que uma vez".

Aparentemente óbvia, essa frase me dá a responsabilidade de viver cada dia da minha vida buscando o prazer e o belo. Diariamente. Simplesmente, por que ninguém vive mais do que uma vez e nenhum dia pode ser desperdiçado ou recuperado.

Como estou convencido de que todos os prazeres que já tive se deveu a eu ter saído, conhecido pessoas, viajado, ajudado muita gente, ser ajudado por mais umas tantas outras, também ri muito, chorei um pouco , me emocionei, me decepcionei, me surpreendi, ou seja, vivi e vivo todos os dias.

Eu bebo do conhecimento de cada um que conheço e beberei de todos que conhecerei ainda.

Estou totalmente convencido de que viver todos os dias é uma boa opção de vida.

Desejo a todos que consigam também. Feliz 2011.

Abaixo um vídeo mostrando uma parte dos versos do "Dia da Criação", recitado pelo próprio Vinicius de Moraes. O texto completo você acha no link
http://www.revista.agulha.nom.br/vm3.html.

Pondo o Pé na Profissão (Parte Final) - Por Mario Mammana

Continuação ....... Após tantas e incríveis aventuras caí de paraquedas (e nunca mais saí) no Bom Motivo Bar. Daí a lista é enorme. Vamos por partes como diria o esquartejador: a começar do dono do estabelecimento, Roberto Lapiccirella, que também dava expediente de músico e cantor dos melhores, Waltinho, sambista de primeira e até hoje nas paradas, Maurício Anacleto, sensacional condutor de multidões (principalmente as femininas), Roberto Boca, de acento deliciosamente nordestino, o percussionista Maquininha, que não tem esse apelido a toa, Luís do violão, o mais admirado por todos, o sensacional Escobar, já falecido e que só aparecia para tocar depois da novela das oito, até ganhar um videocassete do dono do bar para chegar no horário, Carmem Queiroz, maravilhosa cantora, a sensacional pandeirista Roberta Valente, hoje “nas paradas de sucesso” com todo o merecimento, Iran Clayton, o mais simpático, Josias Damasceno meu parceiro (num samba só, infelizmente), pianista, violonista e cantor de levantar poeira, Mônica Salmaso, na época uma garota insegura e meio gorduchinha, o incrível (também infelizmente falecido) Ney Mesquita, um dos melhores cantores que já ouvi e meu ótimo amigo, Thaís Duque Estrada, amiga querida até hoje, na época uma menina de 17 anos que já esbanjava toneladas de talento cantando sambas que não eram da sua época e demonstrando uma cultura musical incomum, Oswaldo Bosbah, também amigo e parceiro (em várias músicas), prestes a lançar o primeiro CD, também um incrível músico e cantor, Ibys Maceió, talentoso cantor, violonista e compositor, também parceiro em vários sambas e que infelizmente voltou para o torrão natal, o meu “quase” parceiro e grande cara Roberto Simões, o meu queridíssimo parceiro (em uma música só) e talentosíssimo Wagner Brandão, pessoa doce e sensível que papaidocéu chamou cedo demais e por fim, meu irmão (até hoje Graças a Deus) Claudio Duarthe, violonista maravilhoso que não ia com a minha cara a princípio e depois se tornou meu grande amigo e parceiro em várias composições. Através do Cláudio me tornei amigo ainda do Pratinha, flautista e bandolinista sensacional, do Pimpa, o melhor pandeirista do pedaço, do Chico Filho, saxofonista excelente, do Adriano Busko, o percussionista mais criativo que conheci e do sensacional Adílson Rodrigues, arranjador de corais e crooner da ótima banda “Cometa Gafi”, que uma vez defendeu um samba de breque meu e do Cláudio, chamado “Nickname Brad Pitt” no festival de Tatuí e ganhou o troféu de melhor intérprete. Quantas histórias para contar....

Dos famosos fiquei amigo, na época, da genial Miriam Batucada e do “maior de todos”, Zé Kéti, a ponto de freqüentar a casa de ambos muitas vezes.

Mas a saga ainda não terminou! Tempos depois passei a freqüentar um bar vizinho ao Bom Motivo chamado “O Feitiço de Áquila”, nome pomposo para um lugar simples. O dono, Samir El Shaer, hoje compositor e realizador de trilhas para a TV, agitou o pedaço contratando bons músicos e convidando alguns famosos para se apresentar no bar. Zé do Bré, Renato Brás, Lula Barbosa, Fátima Guedes, Filó Machado, Carlinhos Vergueiro e principalmente o cara que se tornou muito meu amigo, Walter Franco. Quantas e quantas horas discutimos a vida e os rumos da música brasileira?! Além disso ele me convidou para cantar com ele a música “Me Deixe Mudo”, num show que ele fez no SESC Ipiranga e um dia me apresentou uma grande pessoa chamada Zé Ramalho, no camarim de um show do próprio. Bebemos uísque até de manhã. Sensacional! Além disso ainda existia as cantoras e os músicos amadores da casa. Zaira, Edilene, Solange, Gêmeos, Cacá, e tantos outros...

Também freqüentava, concomitante e democraticamente o sugestivo Música & Cia., dos meus queridos amigos Lúcio (já no céu) e Miguel Bargas. Quantas vezes fui lá escutar a banda do sensacional Kitú, cantor, guitarrista e pessoa da melhor qualidade!

Nessa época me tornei amigo (também felizmente até hoje) de uma cara daquele tipo que dá orgulho na gente só de mencionar o nome. Ítalo Perón. O que dizer de um violonista, arranjador, pensador da música, com o extenso e variado talento que ele tem?! Além disso, o filho dele, Fábio Perón, merece um capítulo a parte. Eu o conheci aos 5 anos de idade (!), tocando flauta doce. Naquele dia ele me disse com a inocência própria das crianças: “Mário, vamos montar um grupo de chorinho?”. O fato é que muitos anos depois, ele já encantando a todos no bandolim, realmente começamos a tocar juntos em várias ocasiões. Deliciosa história e ótimas pessoas.

Também por esses tempos me tornei ótimo amigo (até hoje) do grande Waltão Lacerda (no tamanho e no talento), excelente flautista e meu colega de turma na faculdade de direito, como logo descobrimos.

Ainda no Feitiço de Áquila conheci a maravilhosa Fabiana Cozza (a rima foi sem querer mas bem que poderia ser de propósito), que imediatamente se tornou uma grande amiga. Na época, uma menina de 20 e poucos anos, Fabi era uma força da natureza. Cantava (e ainda canta) com a propriedade e a segurança das cantoras com 40 anos de carreira. Um vozeirão de tremer as janelas e que encantou a todos desde o primeiro momento.

Tive o privilégio de acompanhá-la ao cavaco em muitos shows no Villagio, no circuito dos SESC´s e outros espaços da cidade até que recebemos a incumbência e começamos a organizar uma roda de samba no bar Ó do Borogodó às segundas-feiras. Conosco, vários músicos maravilhosos e hoje ótimos amigos. Ruy Weber, incomparável violonista e acima de tudo excelentíssima pessoa, João Poleto, flautista e saxofonista talentosíssimo, o gênio da turma, Ildo Silva, ótimo cara e ótimo cavaquinho e Cebolinha, batuqueiro de rara sensibilidade. Evidente que a roda pegou e pegou a ponto de parir o primeiro CD de Fabiana Cozza chamado “O Samba é Meu Dom”. Tive o privilégio de participar desse CD, acompanhando ao cavaco a faixa “A Morte de Chico Preto” (Geraldo Fiúme), sem contar com a glória de ter uma música minha gravada pela Fabi. É a faixa “Luzes” (em parceria com o já citado Josias Damasceno).

Através da Fabi conheci ainda outros ótimos músicos e amigos. Cito dois que são mais próximos: Douglinhas Alonso um garotão que destrói tudo na percussão e Marcos Paiva, baixista, arranjador e produtor musical de competência prá lá de comprovada.

Ao mesmíssimo tempo em que tudo isso acontecia, eu também participava do conjunto “É do Baú”, de samba de raiz, com meus caríssimos amigos Chico Médico (já citado), Carlão Amigão no violão de seis, Kika, destruindo tudo no pandeiro, Cebolinha na percussão e em algumas ocasiões com meu querido Paulinho Amaral (violão de seis) com quem formei ótima dupla e que anda sumido demais.

Isso sem contar com participações esporádicas porém muito aguardadas por mim no conjunto “Inimigos do Batente”, dos grandes amigos Fernando Szegeri e Paulinho Timor! Luxo total!

Logo depois disso tudo ou ao mesmo tempo, nem sei, tropecei e caí na porta do Bar do Cidão de onde também nunca mais saí.

Quantos músicos excelentes conheci por lá. Alexandre Arruda, trombonista fino, Paulinho Ramos no 7 cordas, Renato Vidal ao pandeiro, Alessandro Penezzi, grande violonista, Neto Amaral, cabra da peste e cantador dos melhores, Marcel do cavaco, isso sem contar que quase todos os anteriormente citados davam e continuam dando as caras no boteco. As canjas então, maravilhosas. Beth Carvalho, Dona Inah, Marcos Bailão, Hamilton de Holanda, Yamandú, Gabriel da gaita, enfim, um time da craques!

Mais recentemente freqüentei bastante o Tocador de Bolacha, dos meus queridíssimos Stella Guerreiro e Antonio Mineiro (aquele violonista que conheci no início do texto), cujos nomes até rimam. Lá, em vários anos de agradabilíssima coexistência, convivi com muitos dos músicos já citados. Que tempo bom!

Bem mais recentemente me tornei amigo do excelente violonista e compositor Floriano Villaça e do “bárbaro” compositor e cantor Rogério Santos, para meu orgulho, além das ótimas cantoras e professoras de música Regina Machado e Sônia Ruberti, o que prova que tem sempre lugar para chegar mais e mais gente boa! E muitos mais virão, certamente!

O fato é que até hoje estamos todos por aí, tocando e cantando pelas quebradas da vida. E pretendemos fazer isso muitos anos mais, afinal de contas, Cervantes dizia que “onde há música não pode haver coisa má” e Shakespeare colocou na boca de Cleópatra as seguintes palavras: “música, caprichoso alimento de nós que negociamos o amor”.

A todos estes fantásticos músicos, inclusive aos que cedo já partiram, aos famosos e aos nem tanto (porque esse país é assim, infelizmente), grandes amigos e grandes pessoas e a todos os outros que eventualmente omiti, mais pela senilidade galopante do que pela desimportância deselegante, o meu reverente “buana, buana”, o meu entusiasmado evoé e o meu “mais profundo e emocionado muito obrigado”.

Resumo da Semana - 27/12 a 02/01/01

Programe-se:

27/12 - Segunda - Sem Recomendações

28/12 - Terça - Baile de Forró (Magnólia)
29/12 - Quarta - Blues em Dobro (Magnólia)
30/12 - Quinta - Baile de Gafieira (Magnólia)
31/12 - Sexta - Sem recomendações
01/01 - Sabado - Sem recomendações
02/01 - Domingo - Gafieira do Magnólia (Magnólia)

Todos os que estão destacados acima tem um novo post dedicado a eles abaixo. Verifique. Os que não estão destacados são igualmente recomendados, mas já foram comentados em outra ocasião.

Reprises

Abaixo os shows já comentados em outras ocasiões que estarão se reapresentando:

Não há ninguém, em Sampa, que valha a pena ver se reapresentado.

No Futuro

Abaixo está uma lista de shows que estão programados para acontecer. Alguns poderão vir a ser cancelados, mas nada impede que você possa a vir se preparar para vê-los.

Francis Hime - 07, 08 e 09/01 - 21hs - 32,00 - Sesc Belenzinho
Nana Caymmi - 07, 08 e 09/01 - 21hs - 40,00 - Sesc Vila Mariana

27/12/10 - Segunda

Nada de novo que valha a pena recomendar. Veja o Resumo da Semana.

28/12/10 - Terça

Nada de novo que valha a pena recomendar. Veja o Resumo da Semana.

29/12/10 - Quarta

Nada de novo que valha a pena recomendar. Veja o Resumo da Semana.

30/12/10 - Quinta

Nada de novo que valha a pena recomendar. Veja o Resumo da Semana.

31/12/10 - Sexta

Nada de novo que valha a pena recomendar. Veja o Resumo da Semana.

01/01/11 - Sábado

Nada de novo que valha a pena recomendar. Veja o Resumo da Semana.

02/01/11 - Domingo

Nada de novo que valha a pena recomendar. Veja o Resumo da Semana.

domingo, 19 de dezembro de 2010

A Semana Resumida

Como as próximas duas sextas e sábados serão natal e reveillon, os bons músicos já estão de férias e, portanto, não teremos grandes espetáculos até o final de 2010.

Para o blog não passar em branco com as referências musicais, fizemos uma relação de lugares que costumar fazer um bom reveillon para quem não sair de Sampa, mas não quer ficar em casa.

Ao contrario dos músicos, o incansável Mario Mammana não tirará férias nesse fim de ano e teremos seus belos textos garantidos até o final do ano e também durante 2011.

Já que não temos novos bons shows nessa semana, não esqueçam de ver o Resumo da Semana, onde as tradicionais casas de música ao vivo trabalharão normalmente até o dia 23, voltando apenas no dia 03/01.Das casas mais comentadas nesse blog, apenas o Magnólia continuará a trabalhar normalmente, só fechando dia 24, 25, 31 e 1/01.

Divirta-se.

Dia 26/12 estarei me preparando para ir para Madri e, assim que me aventurar por lá, colocarei nesse blog os bons lugares para se curtir uma boa música.

Você já percebeu que não existe música de natal que não seja brega ? Todas são. Tanto as novas como as antigas. Descobri uma que, além de brega, tem o vídeo mais ridículo de todas as músicas de natal. Ainda por cima mistura inglês com espanhol. Um horror.Veja só.

Reveillon em Sampa

Para os que ficarão em Sampa na passagem do ano, temos uma lista de diversões na noite da virada. Anote:

Casa da Fazenda (av. morumbi, 5594 - tel. 2649-4388 - http://www.casadafazenda.com.br/)

Com o grupo Brasil Samba Show, Thobias da Vai-vai com mais 5 músicos cantarão os grandes sambas de todos os tempos, incluindo, os destaques do ano, Adoniran Barbosa e Noel Rosa. Ainda terá show da banda Ambervision, Dj e um cardápio especial para a ocasião. A festa será a partir das 21hs e finaliza às 4hs, mas das 5hs às 11hs do dia primeiro, haverá um café da manhã.

Para as crianças, haverá o simpático Reveillon do Pijama, com várias atividades, monitoria e buffet infantil.

A festa de reveillon sai por R$ 360,00 por pessoa, o café da manhã tem o valor de R$ 40,00 por pessoa e o Reveillon do Pijama por R$ 90,00 por criança.



Hotel Transamérica (av. das nações unidas, 18.591 - Tel. 5693-4050 - http://www.transamerica.com.br)

O tema da festa de reveillon será "O Império do Oriente", onde a gastronomia da China, Japão, Tailândia e India serão exploradas.

Haverá show com a Banda Vogue e comemoração da passagem do ano à beira da piscina.

Adultos pagam R$ 425,00 pela festa do reveillon, crianças até 5 anos não pagam, mas crianças de 6 a 12 anos pagam R$ 225,00.

Se quiser transformar a festa em algo mais, você pode ficar hospedado no hotel e curtir as saunas e salas de massagem, o fitness center, o café da manhã, a piscina climatizada e tudo que o hotel oferece por mais R$ 225,00 por pessoa.


Bar Brahma AeroClube (av. olavo fontoura, 650 - Santana - tel. 3333-3030 -http://www.barbrahmasp.com/aeroclube/)

A banda do Bar Brahma, irá iniciar a festa a partir das 22h30, onde o público poderá dançar a noite toda ao som de MPB, pop e samba. Às 3hs, tem uma bateria de escola de samba para fechar a entrada do ano novo.

No site deles, não faz nenhuma menção ao reveillon, muito menos ao preço. Seria interessante, ligar para maiores informações.


Bourbon Street (rua dos chanés, 127 - moema - tel. 5095-6100 - http://www.bourbonstreet.com.br/)

O Bourbon irá fazer um reveillon com a banda Junkie Box que, a partir das 23hs, tocará apenas músicas dos anos 70.

Além da ceia -- que será servida às 21h30 - haverá brinde com champagne à meia-noite e café da manhã que será servido a partir das 4hs.

No site não fala sobre os valores. É melhor ligar para saber todos os detalhes.


Maksoud Plaza (al. campinas, 150 - jardins - tel. 3145-8000 - http://www.maksoud.com.br/)

Esse tradicional hotel irá realizar uma ceia com um cardápio incrível, haverá música ao vivo com a Banda Som Noir.

O preço divulgado é de R$ 550,00 por pessoa, mas em seu site nada diz sobre esse evento. É melhor ligar para saber maiores detalhes.


Espero que essas dicas ajudem a começar bem o ano.

Pondo o Pé na Profissão (parte 1/2) - por Mario Mammana

Gatunamente usufruindo da liberdade que o Cantinho me proporcionou aqui, quero terminar o ano falando de um assunto que me é muito próximo e que diz respeito ao mote dessa coluna, qual seja, o prazer e o belo (não o cantor), sendo essas grandezas intimamente relacionadas aos bares e à noite de São Paulo. Talvez a coluna de hoje seja mais longa do que eu pretendia e já peço desculpas de antemão por isso. É que o assunto é vasto! Quero falar de música! Ou mais particularmente dos meus amigos músicos! Peço desculpas também pelo tom intimista e autobiográfico.

Fernando Brandt, letrista dos melhores, começa a música Bailes da Vida dizendo: “Foi nos bailes da vida, ou num bar em troca de pão que muita gente boa pôs o pé na profissão de tocar um instrumento e de cantar não importando se quem pagou quis ouvir”...é, foi assim! Eu me lembro muito bem.

Quanto à minha história, aprendi alguns acordes no violão aos oito anos. A partir daí me tornei auto-didata e um voraz consumidor da revista Violão e Guitarra (Vigú para os chegados). Aos quinze, ganhei um cavaquinho e um método. Saí tocando. Ainda aos tenros quinze anos pratiquei a minha primeira e tímida incursão na noite paulistana. Um amigo da escola me levou ao Bar do Amorim, uma biboca instalada numa sobreloja da Rua Augusta. Ao nosso lado um rapazola magrelo tocava violão como eu nunca havia escutado e cantava como um anjo. Era o Djavan. O meu “debut” foi o melhor que eu poderia imaginar!

Na Faculdade de Direito eu passei meses indo por aí, com o violão debaixo do braço, bebendo cachaça e organizando “violadas” no Centro Acadêmico. Até que, aos 20 anos de idade, dois amigos do bairro me convidaram a formar um grupo de samba! O nome? Grupo Pró-Alkool (assim com k mesmo) mais em referência às quantidades de álcool ingeridas pelos membros do que ao então emergente programa energético governamental. Durante cinco anos tocamos na noite, muitas vezes dormindo sobre os instrumentos, em razão do trabalho durante o dia e da faculdade. Fizemos uma pequena história, tivemos um vasto fã-clube feminino e tocamos em muitos bares, hoje extintos (não por culpa nossa). Andrade, Pote, Brasileirinho e tantos outros. Também dávamos expediente aos domingos a noite no “Botecão” (perto da Paulista), onde tinha macarrão ao sugo “de grátis” e onde eu conheci grandes sambistas do naipe de Odair do Cavaco, Cebolinha, Silvião do pandeiro e tantos outros.

Daí porque inicio esta homenagem aos meus queridos amigos (até hoje) companheiros de conjunto (na época ainda não se chamava “banda”). Além deste que vos escreve, ao cavaquinho, a troupe ainda contava com Gabriel na timba, Dé no pandeiro, Mauro no ganzá e no charme, Ronaldo no tamborim e nas relações públicas principalmente com as mulheres (infelizmente já falecido) e alguns outros bissextos. Desses, um carinho especial ao Maugéri Sobrinho, também já falecido. Um velhinho simpaticíssimo cujo apelido era “azulejo” (em razão da calva brilhante) e compositor da música “a taça do mundo é nossa”, além do hino do Santos Futebol Clube (agora quem dá bola é o Santos...). Esse simpático senhor nos acompanhou ao violão e ao bandolim brilhantemente. Saudades!

Outro violonista de 7 cordas sensacional que nos acompanhou na época foi o grande João Macacão, que muito nos ensinou e até hoje está na ativa (ainda é novo). Continua um ótimo amigo! Teve ainda um terceiro violonista, também já falecido, Seu Mário do 7 cordas, que havia tocado no regional do caçulinha na juventude e após sua aposentadoria nos procurou e ofereceu seus serviços tendo a séria intenção de terminar a vida fazendo o que mais gostava. Conseguiu e hoje temos orgulho de ter tocado com ele, uma das pessoas mais doces e educadas que conheci. Saudades!

O grande cavaquinista Seu Moreira, amigo de Paulinho da Viola e enfermeiro aposentado do HC, com quem muuuuuiiito aprendi. Saudades!

Essas pessoas todas não sabem disso mas forjaram em mim o mais profundo amor pelo samba, pelo choro e, principalmente, a paixão de tocar um instrumento num grupo.

A partir daí a história definitivamente se abriu num leque maravilhoso. Toquei com e conheci tanta gente boa e competente que às vezes fica até difícil lembrar de todos.

No saudoso Clube do Choro (e na “rua” do choro) conheci músicos maravilhosos. Infelizmente vários já se foram. O cantor Rubão, incrível voz negra que mandava o recado sem microfone. Gentil do Bandolim, também conhecido como Canhoto, Seu Tavinho no cavaco, Xixa do cavaco, Carioca no violão de seis, Manezinho da Flauta que dizia ser sobrinho do Pixinguinha (até hoje ninguém sabe se era mesmo), o maravilhoso flautista Carlos Poyares, e quanto aos felizmente vivos, o sensacional clarinetista Stanley, Zé Barbeiro, Cidão do 7 cordas, Miltinho, enfim, tanta gente...

Na Praça Benedito Calixto, um belo dia, surgiu um bar que ficava aberto até altas horas, o Vida e Arte, e onde todos os músicos da região iam fechar a noite após terminar o “expediente”. Desnecessário dizer que tudo acabava em samba até os primeiros raios do astro rei! (bonito isso hein?!).

Lá conheci e me tornei amigo (até hoje, para a minha sorte) do incrível compositor e violonista Antonio Mineiro, do Dr. Francisco Aguiar também conhecido como Chico Médico, cantor de vasto repertório de samba e meu médico até hoje, do talentoso violonista e cantor João Lúcio, meu amigo e parceiro (em várias músicas) e tanta gente mais...

No maravilhoso bar Vou Vivendo, legítimo herdeiro do Clube do Choro, fui vivendo noites incríveis. Assisti Hermeto Paschoal, Francis Hime, uma das últimas apresentações da maior cantora que já vi, Elizete Cardoso, o ótimo grupo vocal Canto a Canto e fiquei amigo da minha querida Jane do Bandolim, ou Jane da Bandola, como ela se auto-intitula.

No (talvez) melhor bar de música brasileira da história de São Paulo, Boca da Noite, também vi e vivi noites memoráveis. Lá conheci Filó Machado, Paulo César Pinheiro, Eduardo Gudim, Maria Marta, Elton, Julinho e tantos outros cabras maravilhosos...

Continua ....

Resumo da Semana - 20/12 a 26/12/2010

Programe-se:

20/12 - Segunda - Gafieira Nacional (Ó do Borogodó)

21/12 - Terça - Giana Viscardi e grupo Ó do Borogodó (Ó do Borogodó) e Paula Souto (Bar Seo Leopoldo)
22/12 - Quarta - Dona Inah (Ó do Borogodó)
23/12 - Quinta - Anaí Rosa (Ó do Borogodó)
24/12 - Sexta - Sem recomendações
25/12 - Sabado - Sem recomendações
26/12 - Domingo - Gafieira do Magnólia (Magnólia)

Todos os que estão destacados acima tem um novo post dedicado a eles abaixo. Verifique. Os que não estão destacados são igualmente recomendados, mas já foram comentados em outra ocasião.

Reprises

Abaixo os shows já comentados em outras ocasiões que estarão se reapresentando:

Bocato - 20/12 - meia-noite - Gratis - Studio SP (rua augusta, 591 - centro)

No Futuro

Nada de novo que valha a pena recomendar.

20/12/10 - Segunda

Nada de novo que valha a pena recomendar. Veja o Resumo da Semana.

21/12/10 - Terça

Nada de novo que valha a pena recomendar. Veja o Resumo da Semana.

22/12/10 - Quarta

Nada de novo que valha a pena recomendar. Veja o Resumo da Semana.

23/12/10 - Quinta

Nada de novo que valha a pena recomendar. Veja o Resumo da Semana.

24/12/10 - Sexta

Nada de novo que valha a pena recomendar. Veja o Resumo da Semana.

25/12/10 - Sábado

Nada de novo que valha a pena recomendar. Veja o Resumo da Semana.

26/12/10 - Domingo

Nada de novo que valha a pena recomendar. Veja o Resumo da Semana.

domingo, 12 de dezembro de 2010

A Semana Resumida

Todo final de ano e os bons shows vão rareando. Esse ano não foi diferente.

Nessa semana, apenas 3 show indicados. E em futuro próximo também não descobri nenhum show que possa valer a pena.

Ainda bem que podemos nos deliciar com os textos de Mario Mammana.

Na coluna "Eu fui", uma avaliação de uma casa e de uma banda. Talvez seja a última avaliação do ano.

Divirta-se.

Eu fui.... e sai rapidinho.

Fui ao Praça Madalena, na rua Aspicuelta, 585, na Vila Madalena.

A casa é legal, com mesas em local aberto e mais mesas na parte interna. O público é de moçada entre 20 e 30 anos.

No fundo da casa, há um palco e uma pequena pista de dança (é possível que 4 casais dancem com conforto). E por módicos R$ 5,00 você poderá entrar e assistir ao show.

Com relação à casa, acredito que o som poderia ser melhor trabalhado, mas pelo preço, a relação custo/benefício ainda é positiva.

Fui assistir à cantora Paula Souto, com mais 2 exigentes amigos. Já conhecia um pouco do trabalho da vocalista, mas fazia tempo que não a assistia.

Ela está muito melhor do que eu lembrava. Ela, sozinha, levou a banda nas costas e ainda driblou as dificuldades que a casa impunha com o som mediano.

Se a banda quisesse uma dica minha, eu diria a eles não mais cantarem enquanto não fizerem um curso de canto. Nos 15 minutos que fiquei lá, o repique tombou e a baqueta do surdo voou em direção à pedaleira do cavaquinho, desligando o aparelho. Foi engraçado, mas não pode acontecer novamente.

Meus exigentes amigos - Oswaldo e Paulo - vendo toda a dificuldade da banda, quiseram ir ao Ó do Borogodó. 2 contra 1, perdi a batalha. Saimos após 15 minutos depois de entrarmos.

Depois, fiquei sabendo que a vocalista e mais 2 integrantes da banda estavam substituindo os músicos da casa.

É uma pena que a Paula Souto não esteja cantando lá constantemente. Ela é ótima. Gostaria de vê-la acompanhada de bons músicos.

Abaixo um vídeo da Paula Souto cantando com outro grupo.

Tradição e Autenticidade - Por Mario Mammana

De quantos bares em São Paulo se pode dizer que são realmente autênticos e tradicionais? Cinco ou seis? Talvez nem isso?! Então s´imbora falar logo do Bar Léo! (Rua Aurora, 100). Quem nunca foi, vá! Mesmo porque o bar foi catalogado pela revista perdeuplayboy como um dos 5 melhores DO MUNDO! É brincadeira isso? Catalogações a parte (porque isso é papinho furado daqueles babacas metidos a bacana lá), não tenho freqüentado muitos bares por esse mundão afora mas o Léo é realmente show de bola. Numa escala futebolística (sempre aplicável nessas questões), estaria para os outros bares como o ataque da seleção de 58 está para as de 74 ou 90.

Posto que foi inaugurado em agosto de 1940, o bar completou recentemente 70 anos de existência. Uma marca invejável numa cidade em que tudo começa e acaba rápido.

Diz a lenda que começou sem nome. O primeiro dono, conhecido como alemão, não deu nome ao bar e algum tempo depois passou o estabelecimento nos cobres para um tal de Seu Leopoldo, conhecido como Léo. Daí a associarem o bar ao dono foi dois palito. Isso sim é autenticidade! E pensar que hoje os donos dão nomes do tipo “Bar do Juca” a bares caríssimos, que se esforçam para parecerem botecos, para ver “se pega”! Pois o Sr. Leo incluiu no cardápio pratos típicos da Alemanha e introduziu o chopp, na época uma bebida não tão popular quanto hoje. Fez um sucesso estrondoso! Além disso criou a novidade, hoje copiada por todo mundo, de servir almoço todos os dias, com pratos pré-estabelecidos. Outra bola dentro. Danado esse Seu Leopoldo!

Nos anos 60 quem assumiu o leme da casa foi o Sr. Hermes de Rosa que a comandou até ser convidado a servir chope no céu, em 2003. Hoje quem manda no pedaço são seus dois filhos.

Quem vai pela primeira vez ao Bar Léo certamente vai experimentar sensações que vão do puro prazer ao estranhamento total com algumas esquisitices. Comecemos pelas sensações de prazer mesmo porque, segundo Samuel Johnson, o prazer em si não é vício. O chopp é realmente sensacional. Talvez o melhor da cidade. E desde quando estive lá pela primeira vez, há muitos anos, percebi que os garçons já eram orientados a trazer mais tulipas sem que o freguês precisasse ficar acenando desesperadamente ou ameaçando o garçon de morte com a faquinha da manteiga, como acontece em alguns lugares. Esse esquema foi copiado por outros bares posteriormente, com a diferença de que no Léo eles esperam o seu chopp acabar antes de trazer outro!

A comida também é bacana! A começar dos canapés no pão preto, de rosbife caseiro, pasta de gorgonzola com copa, lingüiça defumada moída ou carne crua, os quais foram também copiados pelos inúmeros bares “alemães” que surgiram na cidade nos anos 70. Tem também bons bolinhos de carne, alguns salsichões (no bom sentido) e o famoso bolinho de bacalhau feito em edições limitadíssimas, apenas às quartas e sábados. É de quem chegar primeiro! Não conheço ninguém que tenha conseguido provar um sequer. Os pratos fixos semanais também são ótimos mas o cardápio é um samba do crioulo doido: do húngaro goulasch passamos à salada de batatas com salsichas, ravióli e bacalhau! Tudo muito bem feito e farto.

As esquisitices ficam por conta dos horários de funcionamento restritos (fecha às 20:30 durante a semana e às 17:00 aos sábados, não adianta chorar) sendo que aos domingos, nem pensar!

Dizem também que antigamente havia um código de moral imposto no bar pelo falecido Seu Hermes: quem fosse com a namorada ou esposa tinha que se comportar. Segurar a mão, tudo bem. Beijo, nem pensar. Se fosse de língua então, os fiscais da virgindade alheia convidavam o cabra a se retirar! Ah, e quem pedir chopp sem espuma é convidado a ir beber uma antártica na padaria em frente!

Para encerrar, o bar só acomoda 70 pessoas sentadas. Quem chegar tarde fica de pé, na calçada, em plena ZBM (ou mais conhecida como a zona do baixo meretrício) o que, convenhamos, não é de todo desagradável.

Superados todos os percalços só resta apreciar o ambiente mezzo boteco, mezzo bar alemão e concluir gravemente, parafraseando Humphrey Bogart, que “a humanidade está sempre três chopes atrasada”!



Resumo da Semana - 13/12 a 19/12/2010

Programe-se:

13/12 - Segunda - Moacyr Luz (Sesc Carmo) e Gafieira Nacional (Ó do Borogodó)

14/12 - Terça - Giana Viscardi e grupo Ó do Borogodó (Ó do Borogodó)
15/12 - Quarta - Dona Inah (Ó do Borogodó)
16/12 - Quinta - Juliana Amaral (Ó do Borogodó) e Zeca Baleiro (Estudio Emme)
17/12 - Sexta - Dose Certa (Bar Samba)
18/12 - Sabado - Banda Mantiqueira e Fabiana Cozza (Sesc Belenzinho) e Dose Certa (Bar Samba)
19/12 - Domingo - Banda Mantiqueira e Fabiana Cozza (Sesc Belenzinho) e Gafieira do Magnólia (Magnólia)

Todos os que estão destacados acima tem um novo post dedicado a eles abaixo. Verifique. Os que não estão destacados são igualmente recomendados, mas já foram comentados em outra ocasião.

Reprises

Abaixo os shows já comentados em outras ocasiões que estarão se reapresentando:

Bocato - 13/12 - meia-noite - Gratis - Studio SP (rua augusta, 591 - centro)

No Futuro

Abaixo está uma lista de shows que estão programados para acontecer. Alguns poderão vir a ser cancelados, mas nada impede que você possa a vir se preparar para vê-los.

Nada em um futuro próximo que valha a pena recomendar.

13/12/10 - Segunda

Quem não conhece Moacyr Luz, talvez tenha essa seja a última oportunidade do ano. Ele estará se apresentando dia 13/12, segunda-feira, no Sesc Carmo (rua do carmo, 147 - centro), às 19hs.

Ele é um dos grandes músicos desse país que não tem acesso a mídia. Se puder ir assistir, vá. R$ 16,00 (inteira).

14/12/10 - Terça

Nada de novo que valha a pena recomendar.

15/12/10 - Quarta

Nada de novo que valha a pena recomendar.

16/12/10 - Quinta

Eu não costumo recomendar shows de músicos conhecidos do público, mas Zeca Baleiro é especial.

É especial por que o show "Baile do Baleiro" é mais que um show. Já fui em vários "bailes" dele quando ainda existia o Blen Blen. Era sensacional. Todas as músicas eram dançantes e/ou divertidas. É um show que você sai feliz.

Para entrar é que você não fica muito contente. O preço varia de R$ 60,00 a R$ 120,00. O local do baile é no, novíssimo, Estudio Emme (av. pedroso de moraes, 1036), onde era o antigo Bar Avenida. Dizem que tem capacidade para 1000 pessoas.

Se dinheiro não for o problema, não perca.

17/12/10 - Sexta

Nada de novo que valha a pena recomendar.

18/12/10 - Sábado

Banda Mantiqueira e Fabiana Cozza.

Acho que não preciso falar mais nada. Apenas o nome da banda e da cantora já é suficiente para fazer você ir ao Teatro do Sesc Belenzinho (rua padre adelino, 1000). A Mantiqueira é uma das melhores bandas brasileiras e a Fabi é uma das melhores cantoras da atualidade.

A apresentação será dia 18/12, sábado, às 21h30 e dia 19/12, domingo, às 18hs.

É uma pena que não será possível dançar, mesmo assim vale a pena.

Divirta-se.

19/12/10 - Domingo

Nada de novo que valha a pena recomendar.

domingo, 5 de dezembro de 2010

A Semana Resumida

Semana repleta de shows bons. Não perca.

Veja como foi o show da gravação do cd do Grupo Dose Certa, na coluna "Eu vi...".

Não esqueça de ver o texto, caprichadíssimo, de Mario Mammana.

Eu vi... e me emocionei

Quarta-feira passada, como tinha anunciado, fui ao show da gravação do cd do Grupo Dose Certa, no Teatro Fecap.

A casa não estava lotada, mas todos os fãs de carteirinha do grupo estavam lá.

Esses meninos são, realmente, especiais. Olhando cada um deles, nós percebemos que a ausência de um interfere em quem eles são. A voz do Wilsinho é uma marca forte, as composições de Jonatas Petróleo e Alemão do Cavaco (ganhador do samba da Mangueira e da X9 paulistana em 2011) são valorosas, o Vinicuis no violão dá consistência ao grupo e o grande Vitor da Candelária é o ponto de equilíbrio musical de toda a banda.

Não é a toa que a gravação desse cd, envolveu mais 7 profissionais (2 percussionistas, 2 backing vocal e 3 metais), além dos 5 da banda.

Além de todos esses instrumentistas, vários interpretes convidados farão parte do novo disco e estavam lá para a gravação. Leci Brandão, Pedro Miranda, Ana Costa, Verônica Ferriani, Wanderley Monteiro e Ivan Lins estavam presentes nos 2 dias de shows.

Tudo muito bem feito, tudo muito bem organizado. A emoção dos integrantes da banda dava quase para se pegar, de tão intensa que era.

Não foi à toa que Vitor da Candelária chorou copiosamente quando começou a agradecer às pessoas que participaram da sua carreira, especialmente ao Cícero, dono do Bar Samba, onde eles começaram a despontar para o seu público, inclusive para mim.

Parabéns a eles e a todos que participaram da elaboração desse show. Foi tudo muito bonito e emocionante.

Não vejo a hora de chegar fevereiro para que possa comprar esse cd.

Minha Alma Canta - Por Mario Mammana

Vejo o Rio de Janeiro...

Depois dos últimos acontecimentos na Vila Cruzeiro e no Complexo do Alemão, o Rio está na moda. O Rio nunca saiu de moda. Para o bem ou para o mal. Acontece que, como para todo o paulistano cioso de suas esquisitices tipicamente paulistanas, o Rio é o meu alter ego. Só por isso eu já amaria o Rio. Não apenas por ser a necessária antítese de São Paulo, por ser seu espelho invertido, por ser o que nós não somos por excesso de culpa e de responsabilidade. Eu amo o Rio porque o Rio tem vocação prá ser feliz. E não tem vergonha disso! E ainda tem o samba! Covardia.

Além do mais, acho melhor ter os Arcos da Lapa como cartão postal do que a Ponte Estaiada, um mostrengo copiado de outras pontes pelo mundo desenvolvido afora. Mas antes que algum paesano mais enfurecido me pergunte: “porque você não vai morar lá então seu traidor?”, quero esclarecer que nasci aqui e, apesar dos pesares (vários pesares), também amo São Paulo. De mais a mais acho essa história de bairrismo entre Rio e São Paulo uma tremenda babaquice. Evidente que ambas são o Brasil, cada uma à sua maneira, que ambas se complementam, assim como Nova Yorque e Los Angeles, ou Madri e Barcelona.

Esta longa e enfadonha introdução é só para dizer que nos últimos anos assistimos em São Paulo a uma sistemática proliferação de botecos de “estilo” carioca. Ótimo. Poderia ser muito pior (imaginem uma invasão de botecos no estilo goiano, com duplas sertanejas a granel?!). Melhor copiar de quem sabe fazer boteco e faz dele uma extensão da praia. Dito isso, acho que é possível “ir” ao Rio de Janeiro sem passar por Congonhas ou pela Dutra. É só fazer um teletransporte no Bar Pirajá! (Avenida Brigadeiro Faria Lima, 64). Se existe uma embaixada carioca em terras piratininguenses, é lá mesmo!

Comecemos pelo chopp que é como se começa uma boa conversa. Quem já foi ao Bar Original, dos mesmos donos do Pirajá, sabe o quanto é precioso aquele líquido dourado que brota da chopeira. Pois o chopp é o mesmo e tirado com a mesma maestria e carinho. E as batidas?! O que dizer de um bar que ao contrário de ter uma carta de vinhos tem uma carta de batidas?! Para acompanhar essas maravilhas, fica realmente difícil escolher entre os petiscos. Tem um balcãozão com vários petiscos maravilhosos, mas os do cardápio são de escorrer uma lágrima de felicidade. Empadinhas de camarão, rãs grelhadas, lingüiça na cachaça, o famoso bolinho de abóbora com carne seca, croquete de pernil (Fio Maravilha), manjubinha empanada no chopp (Peixeiro Granfino), precisa mais?! Quem quer almoçar ou jantar também não se dá mal. Bons filés a Oswaldo Aranha, Pirajá (com queijo camembert e farofa de alho), a Pimenteira (ou “ao poivre” como se diz na Zona Sul), bacalhau, dobradinha, arroz a penafiel, milanesa a cavalo, já é?!!! E aos sábados a famosa feijoada da Tia Surica, uma das primeiras intérpretes do Príncipe do Samba, o bom e velho Paulinho da Viola. Aliás, sempre que estão na terra da garoa, é comum encontrar lá Ruy Castro, Beth Carvalho, Moacyr Luz, Nelson Sargento e outros cariocas ilustres renovando o visto.

Aos corajosos que se dispuserem a esperar uma mesa na calçada até a barba crescer num sábado de verão, uma cortina de maravilhas se abrirá. Daí é só imaginar que você está no Bracarense em pleno Leblon, olhar a avenida e imaginar o oceano atlântico até sentir a maresia. Não precisa nem caprichar nos esses e nos erres. Pode chamar o garçon de “meu querido” e soltar um “ôrra meu” de vez em quando.

Daí é só terminar a noite recitando Drummond em voz alta: “Rio antigo, Rio eterno, Rio-oceano, Rio amigo, O Governo Vai-se? Vá-se. Tu ficarás e eu contigo.”

Resumo da Semana - 06/12 a 12/12/10

Programe-se:

06/12 - Segunda - Gafieira Nacional (Ó do Borogodó)

07/12 - Terça - Giana Viscardi e grupo Ó do Borogodó (Ó do Borogodó)
08/12 - Quarta - Dori Caymmi e Renato Braz (Sesc Belenzinho) e Dona Inah (Ó do Borogodó)
09/12 - Quinta - Juliana Amaral (Ó do Borogodó) e Alaíde Costa (Memorial da América Latina)
10/12 - Sexta - Estatuto da Gafieira (Kabul) e Dose Certa (Bar Samba)
11/12 - Sabado - D. Ivone Lara e Délcio Carvalho (Sesc Belenzinho), Fabianna Cozza (Sesc Consolação) e Dose Certa (Bar Samba)
12/12 - Domingo - Paula Lima (Auditório Ibirapuera), Yamandú Costa e Armandinho (Arena de Eventos - Pq. Ibirapuera) e Gafieira do Magnólia (Magnólia)

Todos os que estão destacados acima tem um novo post dedicado a eles abaixo. Verifique. Os que não estão destacados são igualmente recomendados, mas já foram comentados em outra ocasião.

Reprises

Abaixo os shows já comentados em outras ocasiões que estarão se reapresentando:

Bocato - 06/12 - meia-noite - Gratis - Studio SP (rua augusta, 591 - centro)

No Futuro

Abaixo está uma lista de shows que estão programados para acontecer. Alguns poderão vir a ser cancelados, mas nada impede que você possa a vir se preparar para vê-los.

Nada em um futuro próximo que valha a pena recomendar.

06/12/10 - Segunda

Nada de novo que valha a pena recomendar.

07/12/10 - Terça

Nada de novo que valha a pena recomendar.

08/12/10 - Quarta

Quem lê meus posts sabe que eu adoro o Renato Braz. Se ele fizer um show em que ele apenas assobia, eu vou assistir. Qualquer coisa que ele faz é de se tirar o chapéu.

Tirando a tietagem de lado, a união de Dori Caymmi e Renato Braz faz bem à musica popular brasileira.

Apesar do preço - R$ 32,00 (inteira) - vale a pena assistir. Será dia 08/12, quarta-feira.

Não perca.

Conheça um pouco do trabalho dos dois artistas, no vídeo abaixo:

09/12/10 - Quinta

A cantora predileta do saudoso Johnny Alf, Alaide Costa, se apresentará, gratuitamente, no Memorial da América Latina, dia 09/12, às 21hs.

Eu adoro a Alaíde Costa. Ela, apesar dos seus 75 anos - que serão completados um dia antes do seu show - tem uma sensualidade natural. Sua voz, delicadamente forte, é um bálsamo aos ouvidos. Aquele seu jeito antigo de interpretar as canções faz você viajar durante toda a apresentação.

Não perca.


Pra você entender o que significa "delicadamente forte", abaixo tem um vídeo com a interpretação de Alaíde Costa, da música "Adeus, Batucada", de Sinval Silva.

10/12/10 - Sexta

Na última sexta-feira de novembro, os dançarinos de plantão ficaram um pouco orfãos. Foi a última apresentação do ano do Clube da Gafieira.

Nessa próxima sexta-feira, temos uma opção: o Estatuto da Gafieira fará uma apresentação no Kabul.

Eu vi essa banda tocar apenas uma vez, no Na Mata Café. Eu gostei bastante dos músicos. Os vocalistas são esforçados, mas é só isso. Falta bastante pra eles chegarem ao nível dos instrumentistas.

Normalmente, o público da banda é de gente jovem e bonita.

Infelizmente, ainda não conheço o Kabul - onde eles se apresentarão - e não poderia dizer se dá pra dançar ou não.

De qualquer forma, como não há nada de mais interessante hoje, vá conferir. Será, dia 12/12, sexta-feira. Abertura da casa, a partir das 21hs.

Para ajudar você a tomar a decisão, veja um vídeo do grupo. Confira se eu não estou certo na minha avaliação.

11/12/10 - Sábado

Em 17 de Novembro, Dona Ivone Lara e Délcio Carvalho se apresentaram no Centro Cultural Fiesp. Esse mesmo show será realizado no, recém inaugurado, Sesc Belenzinho (rua padre adelino, 1000).

Ainda não conheço o espaço destinado aos shows, mas espero que os preços não fujam dos valores das outras unidades. Especialmente nesse mês de inauguração os shows estão a R$ 32,00 (inteira). Espero que diminuam esse valor para que possa ficar mais acessível a todos.

De qualquer forma, para quem não nunca viu a D. Ivone Lara ou Délcio Carvalho, não pode deixar de assistir. Será dia 11/12, sábado, às 21 hs e dia 12/12, domingo, às 18hs.

Para quem quer pagar menos por um excelente show de samba, terá a opção de assistir Fabiana Cozza, no Sesc Consolação (rua dr. vila nova, 245 - vila buarque), por apenas R$ 10,00. Como bônus ainda poderá assistir ao documentário sobre a vida de Martinho da Vila, em 1977, em Paris, quando fez uma série de apresentações por lá.

Sábado excelente. Qualquer um dos shows será uma bela escolha.

Divirta-se.

12/12/10 - Domingo

Dois show no Parque do Ibirapuera, no dia 12/12, domingo.

O primeiro será gratuito, às 18hs com Yamandú Costa e Armandinho. Dois instrumentistas de primeira linha, tocando gratuitamente em um dos mais democráticos lugares de São Paulo, na Arena de Eventos do Parque do Ibirapuera.


O segundo show será no Auditório do Ibirapuera - em frente ao Obelisco - protagonizado por Paula Lima. Seus show são sempre muito intensos e calorosos. R$ 30,00 (inteira), às 19hs.

domingo, 28 de novembro de 2010

A Semana Resumida

Os leitores desse blog gostam quando eu avalio negativamente algo que estive presente. Recebo muitos e-mails e contatos pessoais de leitores que adoram o meu jeito de expor as fragilidades de alguma casa ou evento. Mas eu não busco falar mal, eu vou de coração aberto e relato apenas o que aconteceu. Pretendo, no futuro, reavaliar esses lugares para que possamos dar uma segunda chance a essas casas.

Para mudar um pouco o panorama, vi um show que dei uma ótima avaliação, veja na coluna "Eu Vi...".

Não deixe de ler mais um texto - muito bem escrito - por Mario Mammana.

Não esqueça de fazer a sua programação da semana. Tem muito show legal.

Divirta-se.

Eu Vi .... e Adorei

Terça-feira passada, dia 23/11, fui ao Citibank Hall assistir a um show patrocinado pela empresa Accenture que teve a feliz idéia de trazer ao Brasil a banda Preservation Hall Jazz Band para tocar junto com grandes nomes do choro brasileiro.

A banda americana veio com todo o seu swing do jazz tradicional causando êxtase na platéia, que lotava a casa.

Para fazer a "ligação" entre o choro e o jazz, foi chamado o maior bandolinista brasileiro, Hamilton de Holanda. Ele, como sempre, arrasou.

Enquanto a Jazz Band homenageava Louis Armstrong, os nossos chorões reverenciavam o grande Pixinguinha.

De tempos em tempos, o jornalista, escritor e pesquisador musical Sérgio Cabral, adentrava ao palco para educar os espectadores com um pouco das histórias da MPB.

A única coisa que não ficou bem encaixada na apresentação, foram os cantores escolhidos para cantar as músicas do brasileiro homenageado. A Maria Rita, como de costume, não consegue alcançar a qualidade dos músicos que a acompanhava. Ney Matogrosso, sempre performático, parece que tinha ouvido Pixinguinha pela primeira vez e que não teve tempo de se preparar para a apresentação. Mas nenhum deles comprometeu o grande show que ocorreu naquele palco.

Parabéns a Accenture que conseguiu por em prática um belo projeto.

Abaixo, o final da apresentação, onde os chorões e os jazzistas se unem e fazem uma festa, para delírio dos presentes.

Vocês querem Bacalhau ? - Por Mario Mammana

Aos 51 de idade não fiz fortuna (pelo menos não “ainda”). Mas também não fui à bancarrota (não “ainda”). Colecionei figurinhas, amores, desenganos, alegrias, alguns poucos cabelos e principalmente amigos. Muitos e excelentes.

O genial humorista peruano Luis Felipe Algell de Lama, que utilizava o pseudônimo “Sofocleto”, disse: “Amigo verdadeiro é aquele que nos quer apesar de nada”. Pois apesar de nada, dois queridíssimos amigos, Eduardo Rodrigues e Thaís Duque Estrada, me levaram no último domingo, em minhas andanças a procura de lugares sensacionais, a um bar da Casa Verde cuja especialidade é o nobilíssimo bacalhau! Trata-se do “Confraria Bar Batana” (Avenida Casa Verde, 2.500 - www.confrariabarbatana.com.br). Como sói acontecer, ficamos na calçada que é o melhor lugar para ver a vida passar e para ver os carros raspando o chão numa valeta descomunal que existe ali!

Já o Bacalhau é o nome comum dos peixes do gênero gadus, pertencente à família Gadidae, como naturalmente todos sabem. Dentre as várias espécies de peixe comercializados como bacalhau (assim como os gatos o são, como lebres ou churrasquinho na porta dos estádios), destacam-se o Gadus Morhua, ou COD, que nada nas águas frias do Oceano Atlântico na vasta região entre o Canadá e a Noruega e o Gadus Macrocephalus, que habita o Pacífico, ali pertinho do Alaska. Apenas o primeiro nos interessa e este infelizmente encontra-se na lista do WWF das espécies ameaçadas de extinção.

Que me perdoem a piadinha os meus amigos do Green Peace mas no último domingo nós colaboramos bastante com essa ameaça. O Confraria, apesar de ser um botecão bacana de esquina, tem um cardápio impecável quando se trata do nosso amigo Gadus Morhua. Inúmeras receitas. Bacalhau a Brás, à Dorê, à Gomes Sá, ao Porto, à Portuguesa, às Natas, do Pippo, ao Alho e óleo, enfim, a lista é grande. Todos eles dispostos em pratos já montados numa vitrine dentro do bar. Que maldade! Essa vitrine me agradou tanto quanto a vitrine da Tiffany´s agrada a Paris Hilton, ou a vitrine da Ferrari agrada o Chiquinho Scarpa!

Existem outros pratos na casa mas, honestamente, eu nem vi! Caprichei no bacalhau, nas batatas e no Brócolis ao alho e óleo. Tudo muitíssimo bem feito e em pratos que servem de uma a quatro pessoas. O chopp é bem bom também e o serviço, excelente. Palmas para os garçons, principalmente para o simpático e paciente Orleudo que nos atendeu e para os donos Márcio e Reizinho, que tem esse apelido porque trabalhou no “Ao Rei do Bacalhau” e de lá trouxe todo o “savoir faire”. O bar ainda tem um vasto salão no andar superior e recebe eventos!

Aproveitando o ensejo, iniciei este texto citando Sofocleto e termino citando Mário Quintana para dizer aos meus amigos Edu, Thaís e a todos os outros, em agradecimento, que “a amizade é um amor que nunca morre”.

Resumo da Semana - 29/11 a 05/12/10

Programe-se:

29/11 - Segunda - Gafieira Nacional (Ó do Borogodó), Bocato (Studio SP) e Fabiana Cozza (Sesc Santo Amaro)
30/11 - Terça - Giana Viscardi e grupo Ó do Borogodó (Ó do Borogodó)
01/12 - Quarta - Grupo Dose Certa (Teatro Fecap) e Dona Inah (Ó do Borogodó)
02/12 - Quinta - Juliana Amaral (Ó do Borogodó) e Projeto Coisa Fina (Studio SP)
03/12 - Sexta - Berço do Samba de São Mateus (Centro Cultural São Paulo), Anaí Rosa (Sesc Pompéia) e Dose Certa (Bar Samba)
04/12 - Sabado - Orquestra SAGA (Sesc Pompéia) e Dose Certa (Bar Samba)
05/12 - Domingo - Pery Ribeiro (Teatro Fecap) e Gafieira do Magnólia (Magnólia)

Todos os que estão destacados acima tem um novo post dedicado a eles abaixo. Verifique. Os que não estão destacados são igualmente recomendados, mas já foram comentados em outra ocasião.

Reprises

Abaixo os shows já comentados em outras ocasiões que estarão se reapresentando:

Samba de Vitrola - 30/11 - 19hs - Gratis - Galeria Olido

No Futuro

Abaixo está uma lista de shows que estão programados para acontecer. Alguns poderão vir a ser cancelados, mas nada impede que você possa a vir se preparar para vê-los.

João Donato - 6/12 - 19hs - Grátis - Sesc Consolação
Moacyr Luz - 13/12 - 19h - 16,00 - Sesc Carmo

29/11/10 - Segunda

Não há erro quando a recomendação é para um artista tão intenso quanto Bocato.

O trombonista estava fazendo seus shows toda a segunda-feira, no Comite Club. Agora ele mudou. Está no Studio SP (rua augusta, 591 - centro), a partir da meia-noite, de graça.

Para os fãs de Fabiana Cozza (eu, inclusive), ela estará se apresentando, gratuitamente, dia 29/11, às 21hs, no Sesc Santo Amaro (av. adolfo pinheiro, 940).

Não perca.

30/11/10 - Terça

Nada de novo que valha a pena recomendar.

01/12/10 - Quarta

No primeiro cd do Grupo Dose Certa, no clip de lançamento, houve a participação de Seu Jorge (além de mim, claro).

Nesse segundo cd, que será gravado dia 01 e 02 de Dezembro, terá a participação de Ivan Lins, Leci Brandão, Ana Costa, Pedro Miranda, Verônica Ferriani e Wanderley Monteiro.

Nada mais do que merecido. Os meninos são bons demais.

Eles sempre se apresentam no Bar Samba, de sexta-feira, a partir das 20hs, e aos sábados na feijoada.

Se você quiser participar da gravação do cd, vá ao Teatro Fecap (av. liberdade, 532 - centro) às 21hs e assista esse show. Tenho certeza que será incrível.

Eu já comprei para o dia 1/12. R$ 50,00.

02/12/10 - Quinta

O Projeto Coisa Fina é uma banda com inúmeros bons músicos que tem como objetivo unir a música instrumental com a popular. Fazem esse trabalho muito bem.

Se fosse pago, já valeria a pena. De graça, é uma obrigação.

Será dia 2/12, às 21hs, no Studio SP (r. augusta, 591 - centro)

Veja um vídeo que mostra um pouco do trabalho desse grupo.

03/12/10 - Sexta

Essa será uma sexta-feira feliz. Você poderá ir a 2 shows.

O primeiro será no Centro Cultural São Paulo (r. vergueiro, 1000 - paraiso), onde o Berço do Samba de São Mateus se apresentará, às 19 hs. De graça.

Se você não conseguir ir na sexta-feira, eles também se apresentarão na quinta, dia 2/12, no mesmo horario, pelo mesmo preço. Como eu tenho certeza que você não os conhece, aproveite a oportunidade.

Assim que esse show acabar, você poderá ir direto para a Choperia do Sesc Pompéia (r. clélia, 93), assistir ao show de lançamento do cd de Anaí Rosa - Samba Comigo - e dançar por mais de 1 hora. Será a partir das 21h30 e custa apenas R$ 16,00 (inteira).

Para quem não sabe quem é a Anaí Rosa, ela é a vocalista da banda Havana Club - que toca aos domingos no Bourbon Street - e da banda Farinha Seca. Não perca.

Para os que nunca vão ao Ó do Borogodó, vou matar 2 coelhos com uma cajadada só. No vídeo abaixo, vocês verão a Anaí Rosa cantando uma música dificílima - Linha de Passe (João Bosco, Paulo Emílio e Aldir Blanc) - acompanhada do pandeiro de Roberta Valente, o violão de 6 do Alessandro Penezzi, do Violão de 7 do Zé Barbeiro e do cavaquinho do Fabrício, tocando no Ó do Borogodó. Esse vídeo prova que ficar à noite assistindo televisão faz a gente perder as coisas boas da vida. Assista.

04/12/10 - Sábado

Sábado feliz para os dançarinos.

A Orquestra SAGA se apresentará na Choperia do Sesc Pompéia (r. clélia, 93), dia 4/12, a partir das 21h30, por apenas R$ 16,00 (inteira).

Aproveite que o piso da Choperia não é ruim para dançar e convide os amigos.

Ignore os vocalistas e aprecie os instrumentistas, por que eles mandam muito bem.

Até lá.

05/12/10 - Domingo

Se você tiver mais de 60 anos ou tiver o espírito nostálgico - como eu - deve conhecer o filho de Dalva de Oliveira e Herivelto Martins: Pery Ribeiro.

Esse cantor consegue ser uma das poucas exceções no mercado da música. Ele é filho de cantores e é um grande cantor também. Diferente de inúmeros filhos que apenas se aproveitam do nome dos pais para fazer sucesso, como o caso de Maria Rita, Dudu Braga (filho do Roberto Carlos), Bebel Gilberto, Preta Gil, Vanessa Camargo e etc.

Pery Ribeiro irá cantar as músicas que foram eternizadas por seus pais.

O que é um pouco exagerado é o preço: R$ 80,00 (inteira). Será no Teatro Fecap (av. liberdade, 532 - centro), dia 04/12, sábado, às 21hs e 05/12, domingo, às 19hs.

Para quem quer conhecer um pouco do seu trabalho, abaixo tem um vídeo em que ele canta com a Leny Andrade.

domingo, 21 de novembro de 2010

A Semana Resumida

Veja nos post abaixo que eu fui ao Diquinta verificar os rumores de que teria um baile de gafieira lá, as quintas-feiras. Confira o resultado.

Mario Mammana, desbravando e recomendando mais um boteco na Vila Madalena.

Na semana, temos desde uma tradicional banda de jazz, passando por uma banda de musicas caribenhas, shows de sambas e chegando até um acordeonista internacional.

Semana boa. Confira.

Eu Fui .... e fiquei frustrado

Diziam as boas línguas que o Diquinta ia ter, todas as quintas-feiras, um baile de gafieira. Fui conferir, graças ao meu amigo Salgueiro, que liberou a entrada para mim, para minha namorada e alguns amigos.

Chegamos, dia 18/11, quinta-feira, por volta das 22h30. Casa vazia. Devia haver umas 10 pessoas no ambiente bem decorado, com garçons bem arrumadinhos e o DJ tocando uns sambas muito bem escolhidos. Não pudemos sentar em nenhuma das mesas por que todas as 10 mesas (aproximadamente) estavam reservadas até as 23hs. Ficamos em uns banquinhos ao fundo.

Por volta das 23hs, começou a aula de gafieira, com o simpático e gentil professor Renato nos convidando para participar da aula. Ficamos apenas assistindo. A aula foi diferente de tudo que já vi, por que durante todos os 45 minutos da aula nenhum casal se formou. As aulas eram dadas separadamente para as damas e para os cavalheiros. A aula acabou e ninguém dançou nenhuma música, nem para tentar ver se eles sabiam fazer os passos que aprenderam em companhia do parceiro. Estranho.

DJ tocando músicas boas e aula de gafieira. Tudo indicava que seria um bom local para se poder dançar às quintas-feiras.

Assim que acabou a aula, parece que o DJ incorporou um ser que parecia ser a mistura de Jorge Benjor com Rolling Stones e Village People. Ele tocou Charm, Samba-Rock, Pop, samba-enredo e etc., ou seja, tudo que nem lembrava uma gafieira. Isso aconteceu por mais de 1 hora. Um pouco maçante pra mim, mas o público que frequenta a casa constantemente estava gostando. Minha namorada, amou! Dançou samba-rock até não poder mais.

A banda sobe ao palco às 0h30, mas começa a tocar apenas à 1h. Eram 6 percussionistas, 1 violão, 1 cavaquinho e 1 trompete (que devia estar muito cansado, por que tocou sentado o tempo todo tirando um som bem xinfrim).

Foi um pagodão, tocado por instrumentistas ruins. A vocalista Dona Duda Ribeiro foi a que tirou a melhor nota, mesmo pedindo para os clientes da casa irem chupar o pirulito que ela distribuia a todos que chegassem ao palco, usando a expressão "Vem chupar, vem !!!".

Eles tocaram músicas que, em alguns casos, não dava pra dançar. Era impossível.

Se aquilo que eles fizeram no palco fosse em um feijoada, a céu aberto, em um sábado ensolarado, acho que alguns deslizes teriam passado em branco, mas foi em uma casa fechada à 1h da manhã, de uma quinta-feira e que custava R$ 40,00 apenas para entrar.

O preço está muito além do que foi apresentado. R$ 10,00 estaria muito bem pago. Por R$ 15,00 eu assisto a Gafieira Nacional, no Ó do Borogodó, a partir das 23hs, na segunda-feira.

No site da casa (www.diquinta.com.br), apenas cita que terá uma aula de gafieira às quintas-feiras. Em nenhum lugar estava escrito que seria um baile de gafieira. E não foi mesmo. Fui frustrado pelas boas línguas.

Pena !

Sua Excelência o Boteco da Esquina - Por Mario Mammana

Em 1909 o conde alemão Ferdinand Von Zeppelin, um daqueles bigodudos empertigados que batiam os calcanhares das botas, fundou a Companhia Zeppelin e construiu mais de 100 dirigíveis. Alguns deles vieram para o Brasil e meu pai até hoje se lembra de ter visto um, em seus tenros 4 anos de idade, sobrevoando a Avenida São João.

A farra dos céus durou até 1937, quando o dirigível Hindemburg espatifou-se na torre de pouso, incendiou até a última molécula de gás hélio e causou a morte de 36 pessoas. E daí? Pergunta-se.

Já no século 21, cinco amigos se reuniram com o intuito de montar um boteco na Vila Madalena, num casarão de esquina onde funcionou nos anos 80/90 o lendário Bartolo. Então, durante a reunião, um dirigível da Goodyear fez um vôo rasante sobre eles. Some-se a este fato fortuito a paixão dos sócios pela banda de rock Led Zeppelin (uma das melhores de todos os tempos, ao lado de Beatles, Rollig Stones e Deep Purple) e o nome do boteco estava escolhido: Zeppelin Madalena! (Rua Aspicuelta – 524).

Hoje o bar rivaliza com os vizinhos e gigantes Posto 6, Salve Jorge e São Cristóvão. Não faz feio!

Como em qualquer assunto na vida, há quem ame e há quem odeie. Eu sou da turminha dos que amam. Explico:

Para começar o bar tem balcão e para mim bar que se preze tem de ter um bem aconchegante, para você poder contar sua vida ao bar man quando estiver sozinho ou com dor de corno!

Além da decoração e do clima do bar que é delicioso (principalmente para quem foi freqüentador assíduo do antecessor Bartolo), a chopeira é linda, o chopp Brahma é ótimo, a música ao vivo é melhor ainda e os garçons sempre simpáticos. Para quem eventualmente reclamar do serviço, recomendo uma auto-crítica para perceber se está tratando bem os garçons. Às vezes é uma questão de mera reciprocidade. Para algumas pessoas isso pode ser surpresa, mas eles também são gente e gente muito boa, no caso do Zeppelin!

A comida de boteco é boa. Clássicos como costela desossada com mandioca, picanha fatiada na chapa com shimeji, escondidinho de carne seca, bons sanduíches, boas porções e 50 boas cachaças para abrir o apetite.

Aos sábados uma feijoada é servida no almoço, embalada por música da melhor qualidade. Craques do choro como a internacional pandeirista Roberta Valente, o excelente cavaquinho de Ildo Silva, o ótimo Milton de Mori, ou Tachinha para os mais antigos, e algumas canjas incríveis como o acordeonista Bombarda ou o sensacional Luisinho Sete Cordas, entusiasmam a platéia.

Pois é justamente aos sábados durante o dia que ocorre uma feira livre naquela esquina e muita gente se senta na banca de pastéis, bem na janela do bar, e manda um bom pastel de palmito ao som de chorinho. Sensacional!

Dos cinco sócios, conheço dois. Babica e Pena, sempre gentis e preocupados com o bem estar de todos. Além de serem ótimos batedores de papo!

Durante a semana, na hora feliz dos finais de tarde, existe a promoção do chopp em dobro, ou seja, você só paga a metade dos chopps que entornou.

Eu adoro sentar nas mesinhas da calçada, muitas vezes sozinho, e aproveitar a promoção do chopp em dobro até começar a ver tudo dobrado!

Recomendo fortemente!

Resumo da Semana - 22/11 a 28/11/10

Programe-se:

22/11 - Segunda - Gafieira Nacional (Ó do Borogodó)
23/11 - Terça - Accenture Performances - Armstrong e Pixinguinha (Citibank Hall) e Giana Viscardi e grupo Ó do Borogodó (Ó do Borogodó)
24/11 - Quarta - Elton Medeiros (Centro Cultural Fiesp), Preservation Hall Jazz Band (Bourbon Street) e Dona Inah (Ó do Borogodó)
25/11 - Quinta - Juliana Amaral (Ó do Borogodó)
26/11 - Sexta - Jazz Sinfônica + Richard Galliano (Auditorio Ibirapuera), Clube da Gafieira (Zucca) e Dose Certa (Bar Samba)
27/11 - Sabado - Zé Luiz Maziotti (Funarte São Paulo) e Dose Certa (Bar Samba)
28/11 - Domingo - Havana Brasil (Bourbon Street) e Gafieira do Magnólia (Magnólia)

Todos os que estão destacados acima tem um novo post dedicado a eles abaixo. Verifique. Os que não estão destacados são igualmente recomendados, mas já foram comentados em outra ocasião.

Reprises

Abaixo os shows já comentados em outras ocasiões que estarão se reapresentando:

Bocato - 22/11 - 22hs - R$ 30,00 - Comite Club
Samba de Vitrola - 23/11 - 19hs - Gratis - Galeria Olido

No Futuro

Abaixo está uma lista de shows que estão programados para acontecer. Alguns poderão vir a ser cancelados, mas nada impede que você possa a vir se preparar para vê-los.

Grupo Dose Certa e Convidados - 1/12 - 21hs - 50,00 - Teatro Fecap
Anaí Rosa e Convidados (Lançamento do novo cd) - 03/12 - 21h30 - 12,00 - Sesc Pompéia
Pery Ribeiro - 4 e 5/12 - 80,00 - Teatro Fecap

22/11/10 - Segunda

Nada de novo que valha a pena recomendar.

23/11/10 - Terça

Nessa terça-feira, dia 23/11, às 21h30, haverá um dos maiores encontros de Choro e Jazz em muito tempo. Se é que já houve algum maior que esse.

No palco do Citibank Hall (al. dos jamaris, 213 - moema) irá se apresentar uma das mais tradicionais bandas de jazz de New Orleans, a Preservation Hall Jazz Band - representando o jazz americano - e do outro lado, grandes instrumentistas que convidaram Ney Matogrosso, Maria Rita e Hamilton de Holanda para representar o choro brasileiro.

Já comprei os ingressos. Espero ver vocês por lá. De R$ 50,00 a R$ 95,00.

Um vídeo com um pouco da história e das músicas da banda.

24/11/10 - Quarta

Quarta-feira gorda. Dois grandes shows com muita elegância e qualidade.

No dia 24/11, às 20hs, você tem a chance de assistir ao grande compositor Elton Medeiros, parceiro de Cartola, Paulinho da Viola e tantos outros.

O motivo de você não conhece-lo é por que suas composições sempre são gravadas ou por seus parceiros ou por grandes interpretes da MPB. Ele quase não se expõe cantando suas composições.

Dessa vez será diferente, ele comemorará seus 80 anos de idade (feitos em 22 de julho) e mais de 60 anos de carreira no Centro Cultural Fiesp (av. paulista, 1313), por apenas R$ 10,00.

Após essa apresentação, você poderá ir assistir ao Preservation Hall Jazz Band. Essa banda existe há 58 anos e é parada obrigatória para quem visita New Orleans.

Agora eles estão nos visitando em 2 shows. Um deles você já viu acima - no dia 23 - e o outro será no reduto do jazz em Sampa, no Bourbon Street (r. dos chanés, 127 - moema), às 22h30. Ingressos de R$ 75,00 a R$ 90,00.

Abaixo uma música que, provavelmente, você não sabia que era de Elton Medeiros. Um detalhe importante: O Sol Nascerá foi composta em 30 minutos, na mesa do ZiCartola, graças a um desafio imposto por um amigo que duvidava que o Cartola pudesse compor uma música rapidamente. Quer apostar ?

25/11/10 - Quinta

Nada de novo que valha a pena recomendar.

26/11/10 - Sexta

Nesse exato instante estou com os olhos cheios de lágrimas. Estou procurando o vídeo de Richard Galliano para apresentar a vocês.

Achei ele tocando uma das músicas que mais me emocionam: L'Hymne a L'Amour, de Edith Piaf. Pra ter uma ideia do quanto eu gosto dessa mulher, fui ver, no cinema, o filme sobre a vida dela e passei a maior vergonha de tanto que eu chorava. Eu não só chorava, como soluçava. Uma vergonha.

Pronto! Já estou recomposto.

Eu vi esse grande artista tocando, ano passado, junto com a Orquestra Jazz Sinfônica - da qual sou assinante e fã de carteirinha - fazendo um show incrível. E não foi bom só para nós. Ele gostou tanto que pediu, para o maestro João Maurício Galindo, voltar em 2010.

Ele conseguiu. Essa será a última apresentação da Jazz nesse ano. Compre com antecedência. Se é que ainda tem ingresso. Será dia 26 e 27/11 (sexta e sábado), às 21hs, por apenas R$ 30,00.

Imperdível.

Abaixo, coloque 3 vídeos: o primeiro, é do Richard Galliano fazendo um arranjo diferente para a obra-prima de Piaf, o segundo é a própria autora de L'Hymne a L'Amour cantando a própria criação e o terceiro é o Galliano tocando Libertango, de Piazzolla.





27/11/10 - Sábado

Eu gosto de dizer que se deus estivesse feliz ele falaria com a voz de Renato Braz e se ele estivesse muito bravo ele esbravejaria ao som da voz de Zé Luiz Maziotti.

Se você quiser ouvir a voz zangada de deus, pode ir ao Funarte São Paulo (al. nothmann, 1058 - campos elíseos), dia 27/11, às 20hs e apreciar as palavras fortes, intensas, afinadas e aveludadas dessa divindade musical.

Aproveite a oportunidade para ouvir um cantor ímpar e que faz pouquíssimos shows em São Paulo. Seu repertório é maravilhoso: passa por Paulinho da Viola, Chico Buarque, Francis Hime e etc.

Apenas R$ 10,00. Não perca.

Abaixo, um vídeo de Maziotti cantando Mambembe (Chico Buarque), uma música que eu adoro dançar.

28/11/10 - Domingo

Eu sempre penso no domingo como um dia para "despressurizar" e relaxar, para poder começar a semana com serenidade.

Para esses dias, temos vários shows diurnos, além das gafieiras dominicais que já estão virando tradição em São Paulo.

Agora, se você quiser fechar a semana com mais intensidade, todos os domingos, no Bourbon Street (r. dos chanés, 127 - moema) há uma apresentação da banda Havana Brasil, liderada pela queridíssima Anaí Rosa.

Mas, se eles fazem todos os domingos, por que eu não falei sobre isso antes ? Por que Salsa não é minha praia. E por que vale a pena agora ? Por que eles estão lançando um cd, comemorando 10 anos de existência e tive que considerar que são poucos os grupos que sobrevivem tanto tempo sendo admirados tocando salsa, numa casa que é o templo do jazz. Fui atrás e vi que não tem o que dizer: a banda é boa mesmo.

A banda toca todos os domingos, a partir das 22h30. Chegue mais cedo para fazer a aula de dança caribenha. R$ 28,00.

Veja um vídeo da banda: