domingo, 26 de dezembro de 2010

A Semana Resumida

Poucas coisas a se fazer ssa semana.

Se você for passar o reveillon em Sampa e ainda não descobriu um lugar legal, veja as recomendações dos posts da semana passada, você deve gostar de alguma.

Veja também a parte final do texto de Mario Mammana

Tenha um excelente fim de ano e um inicio de 2011 maravilhoso.

Feliz 2011

Com um pouco de sorte, todos nós teremos, pelo menos, uns 85 reveillons. Eu já passei por 44. Isso significa que já tive mais anos do que ainda vou viver.

Ainda bem que sou uma pessoa de sorte e fui apresentado a vida boêmia quando tinha 18 anos.

Quando minhas aulas no Mackenzie terminavam, eu ia para os bares da Maria Antônia e de lá ia direto para o Bixiga. 3 bares faziam parte do meu dia-a-dia: Café Soçaite, Boca da Noite e Por que Hoje é Sábado. Esse último foi o que menos durou, mas me marcou profundamente por que existia alguns versos do "Dia da Criação", de Vinícius de Moraes, que também é conhecido por "Por que Hoje é Sábado".

Esse foi o primeiro contato - que me lembro - com o poetinha. Pesquisando sobre suas músicas e poemas achei a sábia composição "Deixa" que ele fez em parceria com Baden Powell.

Nessa música tem uma frase que me marcou muito e desde os 18 anos eu a sigo religiosamente. A frase é "Ninguém vive mais do que uma vez".

Aparentemente óbvia, essa frase me dá a responsabilidade de viver cada dia da minha vida buscando o prazer e o belo. Diariamente. Simplesmente, por que ninguém vive mais do que uma vez e nenhum dia pode ser desperdiçado ou recuperado.

Como estou convencido de que todos os prazeres que já tive se deveu a eu ter saído, conhecido pessoas, viajado, ajudado muita gente, ser ajudado por mais umas tantas outras, também ri muito, chorei um pouco , me emocionei, me decepcionei, me surpreendi, ou seja, vivi e vivo todos os dias.

Eu bebo do conhecimento de cada um que conheço e beberei de todos que conhecerei ainda.

Estou totalmente convencido de que viver todos os dias é uma boa opção de vida.

Desejo a todos que consigam também. Feliz 2011.

Abaixo um vídeo mostrando uma parte dos versos do "Dia da Criação", recitado pelo próprio Vinicius de Moraes. O texto completo você acha no link
http://www.revista.agulha.nom.br/vm3.html.

Pondo o Pé na Profissão (Parte Final) - Por Mario Mammana

Continuação ....... Após tantas e incríveis aventuras caí de paraquedas (e nunca mais saí) no Bom Motivo Bar. Daí a lista é enorme. Vamos por partes como diria o esquartejador: a começar do dono do estabelecimento, Roberto Lapiccirella, que também dava expediente de músico e cantor dos melhores, Waltinho, sambista de primeira e até hoje nas paradas, Maurício Anacleto, sensacional condutor de multidões (principalmente as femininas), Roberto Boca, de acento deliciosamente nordestino, o percussionista Maquininha, que não tem esse apelido a toa, Luís do violão, o mais admirado por todos, o sensacional Escobar, já falecido e que só aparecia para tocar depois da novela das oito, até ganhar um videocassete do dono do bar para chegar no horário, Carmem Queiroz, maravilhosa cantora, a sensacional pandeirista Roberta Valente, hoje “nas paradas de sucesso” com todo o merecimento, Iran Clayton, o mais simpático, Josias Damasceno meu parceiro (num samba só, infelizmente), pianista, violonista e cantor de levantar poeira, Mônica Salmaso, na época uma garota insegura e meio gorduchinha, o incrível (também infelizmente falecido) Ney Mesquita, um dos melhores cantores que já ouvi e meu ótimo amigo, Thaís Duque Estrada, amiga querida até hoje, na época uma menina de 17 anos que já esbanjava toneladas de talento cantando sambas que não eram da sua época e demonstrando uma cultura musical incomum, Oswaldo Bosbah, também amigo e parceiro (em várias músicas), prestes a lançar o primeiro CD, também um incrível músico e cantor, Ibys Maceió, talentoso cantor, violonista e compositor, também parceiro em vários sambas e que infelizmente voltou para o torrão natal, o meu “quase” parceiro e grande cara Roberto Simões, o meu queridíssimo parceiro (em uma música só) e talentosíssimo Wagner Brandão, pessoa doce e sensível que papaidocéu chamou cedo demais e por fim, meu irmão (até hoje Graças a Deus) Claudio Duarthe, violonista maravilhoso que não ia com a minha cara a princípio e depois se tornou meu grande amigo e parceiro em várias composições. Através do Cláudio me tornei amigo ainda do Pratinha, flautista e bandolinista sensacional, do Pimpa, o melhor pandeirista do pedaço, do Chico Filho, saxofonista excelente, do Adriano Busko, o percussionista mais criativo que conheci e do sensacional Adílson Rodrigues, arranjador de corais e crooner da ótima banda “Cometa Gafi”, que uma vez defendeu um samba de breque meu e do Cláudio, chamado “Nickname Brad Pitt” no festival de Tatuí e ganhou o troféu de melhor intérprete. Quantas histórias para contar....

Dos famosos fiquei amigo, na época, da genial Miriam Batucada e do “maior de todos”, Zé Kéti, a ponto de freqüentar a casa de ambos muitas vezes.

Mas a saga ainda não terminou! Tempos depois passei a freqüentar um bar vizinho ao Bom Motivo chamado “O Feitiço de Áquila”, nome pomposo para um lugar simples. O dono, Samir El Shaer, hoje compositor e realizador de trilhas para a TV, agitou o pedaço contratando bons músicos e convidando alguns famosos para se apresentar no bar. Zé do Bré, Renato Brás, Lula Barbosa, Fátima Guedes, Filó Machado, Carlinhos Vergueiro e principalmente o cara que se tornou muito meu amigo, Walter Franco. Quantas e quantas horas discutimos a vida e os rumos da música brasileira?! Além disso ele me convidou para cantar com ele a música “Me Deixe Mudo”, num show que ele fez no SESC Ipiranga e um dia me apresentou uma grande pessoa chamada Zé Ramalho, no camarim de um show do próprio. Bebemos uísque até de manhã. Sensacional! Além disso ainda existia as cantoras e os músicos amadores da casa. Zaira, Edilene, Solange, Gêmeos, Cacá, e tantos outros...

Também freqüentava, concomitante e democraticamente o sugestivo Música & Cia., dos meus queridos amigos Lúcio (já no céu) e Miguel Bargas. Quantas vezes fui lá escutar a banda do sensacional Kitú, cantor, guitarrista e pessoa da melhor qualidade!

Nessa época me tornei amigo (também felizmente até hoje) de uma cara daquele tipo que dá orgulho na gente só de mencionar o nome. Ítalo Perón. O que dizer de um violonista, arranjador, pensador da música, com o extenso e variado talento que ele tem?! Além disso, o filho dele, Fábio Perón, merece um capítulo a parte. Eu o conheci aos 5 anos de idade (!), tocando flauta doce. Naquele dia ele me disse com a inocência própria das crianças: “Mário, vamos montar um grupo de chorinho?”. O fato é que muitos anos depois, ele já encantando a todos no bandolim, realmente começamos a tocar juntos em várias ocasiões. Deliciosa história e ótimas pessoas.

Também por esses tempos me tornei ótimo amigo (até hoje) do grande Waltão Lacerda (no tamanho e no talento), excelente flautista e meu colega de turma na faculdade de direito, como logo descobrimos.

Ainda no Feitiço de Áquila conheci a maravilhosa Fabiana Cozza (a rima foi sem querer mas bem que poderia ser de propósito), que imediatamente se tornou uma grande amiga. Na época, uma menina de 20 e poucos anos, Fabi era uma força da natureza. Cantava (e ainda canta) com a propriedade e a segurança das cantoras com 40 anos de carreira. Um vozeirão de tremer as janelas e que encantou a todos desde o primeiro momento.

Tive o privilégio de acompanhá-la ao cavaco em muitos shows no Villagio, no circuito dos SESC´s e outros espaços da cidade até que recebemos a incumbência e começamos a organizar uma roda de samba no bar Ó do Borogodó às segundas-feiras. Conosco, vários músicos maravilhosos e hoje ótimos amigos. Ruy Weber, incomparável violonista e acima de tudo excelentíssima pessoa, João Poleto, flautista e saxofonista talentosíssimo, o gênio da turma, Ildo Silva, ótimo cara e ótimo cavaquinho e Cebolinha, batuqueiro de rara sensibilidade. Evidente que a roda pegou e pegou a ponto de parir o primeiro CD de Fabiana Cozza chamado “O Samba é Meu Dom”. Tive o privilégio de participar desse CD, acompanhando ao cavaco a faixa “A Morte de Chico Preto” (Geraldo Fiúme), sem contar com a glória de ter uma música minha gravada pela Fabi. É a faixa “Luzes” (em parceria com o já citado Josias Damasceno).

Através da Fabi conheci ainda outros ótimos músicos e amigos. Cito dois que são mais próximos: Douglinhas Alonso um garotão que destrói tudo na percussão e Marcos Paiva, baixista, arranjador e produtor musical de competência prá lá de comprovada.

Ao mesmíssimo tempo em que tudo isso acontecia, eu também participava do conjunto “É do Baú”, de samba de raiz, com meus caríssimos amigos Chico Médico (já citado), Carlão Amigão no violão de seis, Kika, destruindo tudo no pandeiro, Cebolinha na percussão e em algumas ocasiões com meu querido Paulinho Amaral (violão de seis) com quem formei ótima dupla e que anda sumido demais.

Isso sem contar com participações esporádicas porém muito aguardadas por mim no conjunto “Inimigos do Batente”, dos grandes amigos Fernando Szegeri e Paulinho Timor! Luxo total!

Logo depois disso tudo ou ao mesmo tempo, nem sei, tropecei e caí na porta do Bar do Cidão de onde também nunca mais saí.

Quantos músicos excelentes conheci por lá. Alexandre Arruda, trombonista fino, Paulinho Ramos no 7 cordas, Renato Vidal ao pandeiro, Alessandro Penezzi, grande violonista, Neto Amaral, cabra da peste e cantador dos melhores, Marcel do cavaco, isso sem contar que quase todos os anteriormente citados davam e continuam dando as caras no boteco. As canjas então, maravilhosas. Beth Carvalho, Dona Inah, Marcos Bailão, Hamilton de Holanda, Yamandú, Gabriel da gaita, enfim, um time da craques!

Mais recentemente freqüentei bastante o Tocador de Bolacha, dos meus queridíssimos Stella Guerreiro e Antonio Mineiro (aquele violonista que conheci no início do texto), cujos nomes até rimam. Lá, em vários anos de agradabilíssima coexistência, convivi com muitos dos músicos já citados. Que tempo bom!

Bem mais recentemente me tornei amigo do excelente violonista e compositor Floriano Villaça e do “bárbaro” compositor e cantor Rogério Santos, para meu orgulho, além das ótimas cantoras e professoras de música Regina Machado e Sônia Ruberti, o que prova que tem sempre lugar para chegar mais e mais gente boa! E muitos mais virão, certamente!

O fato é que até hoje estamos todos por aí, tocando e cantando pelas quebradas da vida. E pretendemos fazer isso muitos anos mais, afinal de contas, Cervantes dizia que “onde há música não pode haver coisa má” e Shakespeare colocou na boca de Cleópatra as seguintes palavras: “música, caprichoso alimento de nós que negociamos o amor”.

A todos estes fantásticos músicos, inclusive aos que cedo já partiram, aos famosos e aos nem tanto (porque esse país é assim, infelizmente), grandes amigos e grandes pessoas e a todos os outros que eventualmente omiti, mais pela senilidade galopante do que pela desimportância deselegante, o meu reverente “buana, buana”, o meu entusiasmado evoé e o meu “mais profundo e emocionado muito obrigado”.

Resumo da Semana - 27/12 a 02/01/01

Programe-se:

27/12 - Segunda - Sem Recomendações

28/12 - Terça - Baile de Forró (Magnólia)
29/12 - Quarta - Blues em Dobro (Magnólia)
30/12 - Quinta - Baile de Gafieira (Magnólia)
31/12 - Sexta - Sem recomendações
01/01 - Sabado - Sem recomendações
02/01 - Domingo - Gafieira do Magnólia (Magnólia)

Todos os que estão destacados acima tem um novo post dedicado a eles abaixo. Verifique. Os que não estão destacados são igualmente recomendados, mas já foram comentados em outra ocasião.

Reprises

Abaixo os shows já comentados em outras ocasiões que estarão se reapresentando:

Não há ninguém, em Sampa, que valha a pena ver se reapresentado.

No Futuro

Abaixo está uma lista de shows que estão programados para acontecer. Alguns poderão vir a ser cancelados, mas nada impede que você possa a vir se preparar para vê-los.

Francis Hime - 07, 08 e 09/01 - 21hs - 32,00 - Sesc Belenzinho
Nana Caymmi - 07, 08 e 09/01 - 21hs - 40,00 - Sesc Vila Mariana

27/12/10 - Segunda

Nada de novo que valha a pena recomendar. Veja o Resumo da Semana.

28/12/10 - Terça

Nada de novo que valha a pena recomendar. Veja o Resumo da Semana.

29/12/10 - Quarta

Nada de novo que valha a pena recomendar. Veja o Resumo da Semana.

30/12/10 - Quinta

Nada de novo que valha a pena recomendar. Veja o Resumo da Semana.

31/12/10 - Sexta

Nada de novo que valha a pena recomendar. Veja o Resumo da Semana.

01/01/11 - Sábado

Nada de novo que valha a pena recomendar. Veja o Resumo da Semana.

02/01/11 - Domingo

Nada de novo que valha a pena recomendar. Veja o Resumo da Semana.

domingo, 19 de dezembro de 2010

A Semana Resumida

Como as próximas duas sextas e sábados serão natal e reveillon, os bons músicos já estão de férias e, portanto, não teremos grandes espetáculos até o final de 2010.

Para o blog não passar em branco com as referências musicais, fizemos uma relação de lugares que costumar fazer um bom reveillon para quem não sair de Sampa, mas não quer ficar em casa.

Ao contrario dos músicos, o incansável Mario Mammana não tirará férias nesse fim de ano e teremos seus belos textos garantidos até o final do ano e também durante 2011.

Já que não temos novos bons shows nessa semana, não esqueçam de ver o Resumo da Semana, onde as tradicionais casas de música ao vivo trabalharão normalmente até o dia 23, voltando apenas no dia 03/01.Das casas mais comentadas nesse blog, apenas o Magnólia continuará a trabalhar normalmente, só fechando dia 24, 25, 31 e 1/01.

Divirta-se.

Dia 26/12 estarei me preparando para ir para Madri e, assim que me aventurar por lá, colocarei nesse blog os bons lugares para se curtir uma boa música.

Você já percebeu que não existe música de natal que não seja brega ? Todas são. Tanto as novas como as antigas. Descobri uma que, além de brega, tem o vídeo mais ridículo de todas as músicas de natal. Ainda por cima mistura inglês com espanhol. Um horror.Veja só.

Reveillon em Sampa

Para os que ficarão em Sampa na passagem do ano, temos uma lista de diversões na noite da virada. Anote:

Casa da Fazenda (av. morumbi, 5594 - tel. 2649-4388 - http://www.casadafazenda.com.br/)

Com o grupo Brasil Samba Show, Thobias da Vai-vai com mais 5 músicos cantarão os grandes sambas de todos os tempos, incluindo, os destaques do ano, Adoniran Barbosa e Noel Rosa. Ainda terá show da banda Ambervision, Dj e um cardápio especial para a ocasião. A festa será a partir das 21hs e finaliza às 4hs, mas das 5hs às 11hs do dia primeiro, haverá um café da manhã.

Para as crianças, haverá o simpático Reveillon do Pijama, com várias atividades, monitoria e buffet infantil.

A festa de reveillon sai por R$ 360,00 por pessoa, o café da manhã tem o valor de R$ 40,00 por pessoa e o Reveillon do Pijama por R$ 90,00 por criança.



Hotel Transamérica (av. das nações unidas, 18.591 - Tel. 5693-4050 - http://www.transamerica.com.br)

O tema da festa de reveillon será "O Império do Oriente", onde a gastronomia da China, Japão, Tailândia e India serão exploradas.

Haverá show com a Banda Vogue e comemoração da passagem do ano à beira da piscina.

Adultos pagam R$ 425,00 pela festa do reveillon, crianças até 5 anos não pagam, mas crianças de 6 a 12 anos pagam R$ 225,00.

Se quiser transformar a festa em algo mais, você pode ficar hospedado no hotel e curtir as saunas e salas de massagem, o fitness center, o café da manhã, a piscina climatizada e tudo que o hotel oferece por mais R$ 225,00 por pessoa.


Bar Brahma AeroClube (av. olavo fontoura, 650 - Santana - tel. 3333-3030 -http://www.barbrahmasp.com/aeroclube/)

A banda do Bar Brahma, irá iniciar a festa a partir das 22h30, onde o público poderá dançar a noite toda ao som de MPB, pop e samba. Às 3hs, tem uma bateria de escola de samba para fechar a entrada do ano novo.

No site deles, não faz nenhuma menção ao reveillon, muito menos ao preço. Seria interessante, ligar para maiores informações.


Bourbon Street (rua dos chanés, 127 - moema - tel. 5095-6100 - http://www.bourbonstreet.com.br/)

O Bourbon irá fazer um reveillon com a banda Junkie Box que, a partir das 23hs, tocará apenas músicas dos anos 70.

Além da ceia -- que será servida às 21h30 - haverá brinde com champagne à meia-noite e café da manhã que será servido a partir das 4hs.

No site não fala sobre os valores. É melhor ligar para saber todos os detalhes.


Maksoud Plaza (al. campinas, 150 - jardins - tel. 3145-8000 - http://www.maksoud.com.br/)

Esse tradicional hotel irá realizar uma ceia com um cardápio incrível, haverá música ao vivo com a Banda Som Noir.

O preço divulgado é de R$ 550,00 por pessoa, mas em seu site nada diz sobre esse evento. É melhor ligar para saber maiores detalhes.


Espero que essas dicas ajudem a começar bem o ano.

Pondo o Pé na Profissão (parte 1/2) - por Mario Mammana

Gatunamente usufruindo da liberdade que o Cantinho me proporcionou aqui, quero terminar o ano falando de um assunto que me é muito próximo e que diz respeito ao mote dessa coluna, qual seja, o prazer e o belo (não o cantor), sendo essas grandezas intimamente relacionadas aos bares e à noite de São Paulo. Talvez a coluna de hoje seja mais longa do que eu pretendia e já peço desculpas de antemão por isso. É que o assunto é vasto! Quero falar de música! Ou mais particularmente dos meus amigos músicos! Peço desculpas também pelo tom intimista e autobiográfico.

Fernando Brandt, letrista dos melhores, começa a música Bailes da Vida dizendo: “Foi nos bailes da vida, ou num bar em troca de pão que muita gente boa pôs o pé na profissão de tocar um instrumento e de cantar não importando se quem pagou quis ouvir”...é, foi assim! Eu me lembro muito bem.

Quanto à minha história, aprendi alguns acordes no violão aos oito anos. A partir daí me tornei auto-didata e um voraz consumidor da revista Violão e Guitarra (Vigú para os chegados). Aos quinze, ganhei um cavaquinho e um método. Saí tocando. Ainda aos tenros quinze anos pratiquei a minha primeira e tímida incursão na noite paulistana. Um amigo da escola me levou ao Bar do Amorim, uma biboca instalada numa sobreloja da Rua Augusta. Ao nosso lado um rapazola magrelo tocava violão como eu nunca havia escutado e cantava como um anjo. Era o Djavan. O meu “debut” foi o melhor que eu poderia imaginar!

Na Faculdade de Direito eu passei meses indo por aí, com o violão debaixo do braço, bebendo cachaça e organizando “violadas” no Centro Acadêmico. Até que, aos 20 anos de idade, dois amigos do bairro me convidaram a formar um grupo de samba! O nome? Grupo Pró-Alkool (assim com k mesmo) mais em referência às quantidades de álcool ingeridas pelos membros do que ao então emergente programa energético governamental. Durante cinco anos tocamos na noite, muitas vezes dormindo sobre os instrumentos, em razão do trabalho durante o dia e da faculdade. Fizemos uma pequena história, tivemos um vasto fã-clube feminino e tocamos em muitos bares, hoje extintos (não por culpa nossa). Andrade, Pote, Brasileirinho e tantos outros. Também dávamos expediente aos domingos a noite no “Botecão” (perto da Paulista), onde tinha macarrão ao sugo “de grátis” e onde eu conheci grandes sambistas do naipe de Odair do Cavaco, Cebolinha, Silvião do pandeiro e tantos outros.

Daí porque inicio esta homenagem aos meus queridos amigos (até hoje) companheiros de conjunto (na época ainda não se chamava “banda”). Além deste que vos escreve, ao cavaquinho, a troupe ainda contava com Gabriel na timba, Dé no pandeiro, Mauro no ganzá e no charme, Ronaldo no tamborim e nas relações públicas principalmente com as mulheres (infelizmente já falecido) e alguns outros bissextos. Desses, um carinho especial ao Maugéri Sobrinho, também já falecido. Um velhinho simpaticíssimo cujo apelido era “azulejo” (em razão da calva brilhante) e compositor da música “a taça do mundo é nossa”, além do hino do Santos Futebol Clube (agora quem dá bola é o Santos...). Esse simpático senhor nos acompanhou ao violão e ao bandolim brilhantemente. Saudades!

Outro violonista de 7 cordas sensacional que nos acompanhou na época foi o grande João Macacão, que muito nos ensinou e até hoje está na ativa (ainda é novo). Continua um ótimo amigo! Teve ainda um terceiro violonista, também já falecido, Seu Mário do 7 cordas, que havia tocado no regional do caçulinha na juventude e após sua aposentadoria nos procurou e ofereceu seus serviços tendo a séria intenção de terminar a vida fazendo o que mais gostava. Conseguiu e hoje temos orgulho de ter tocado com ele, uma das pessoas mais doces e educadas que conheci. Saudades!

O grande cavaquinista Seu Moreira, amigo de Paulinho da Viola e enfermeiro aposentado do HC, com quem muuuuuiiito aprendi. Saudades!

Essas pessoas todas não sabem disso mas forjaram em mim o mais profundo amor pelo samba, pelo choro e, principalmente, a paixão de tocar um instrumento num grupo.

A partir daí a história definitivamente se abriu num leque maravilhoso. Toquei com e conheci tanta gente boa e competente que às vezes fica até difícil lembrar de todos.

No saudoso Clube do Choro (e na “rua” do choro) conheci músicos maravilhosos. Infelizmente vários já se foram. O cantor Rubão, incrível voz negra que mandava o recado sem microfone. Gentil do Bandolim, também conhecido como Canhoto, Seu Tavinho no cavaco, Xixa do cavaco, Carioca no violão de seis, Manezinho da Flauta que dizia ser sobrinho do Pixinguinha (até hoje ninguém sabe se era mesmo), o maravilhoso flautista Carlos Poyares, e quanto aos felizmente vivos, o sensacional clarinetista Stanley, Zé Barbeiro, Cidão do 7 cordas, Miltinho, enfim, tanta gente...

Na Praça Benedito Calixto, um belo dia, surgiu um bar que ficava aberto até altas horas, o Vida e Arte, e onde todos os músicos da região iam fechar a noite após terminar o “expediente”. Desnecessário dizer que tudo acabava em samba até os primeiros raios do astro rei! (bonito isso hein?!).

Lá conheci e me tornei amigo (até hoje, para a minha sorte) do incrível compositor e violonista Antonio Mineiro, do Dr. Francisco Aguiar também conhecido como Chico Médico, cantor de vasto repertório de samba e meu médico até hoje, do talentoso violonista e cantor João Lúcio, meu amigo e parceiro (em várias músicas) e tanta gente mais...

No maravilhoso bar Vou Vivendo, legítimo herdeiro do Clube do Choro, fui vivendo noites incríveis. Assisti Hermeto Paschoal, Francis Hime, uma das últimas apresentações da maior cantora que já vi, Elizete Cardoso, o ótimo grupo vocal Canto a Canto e fiquei amigo da minha querida Jane do Bandolim, ou Jane da Bandola, como ela se auto-intitula.

No (talvez) melhor bar de música brasileira da história de São Paulo, Boca da Noite, também vi e vivi noites memoráveis. Lá conheci Filó Machado, Paulo César Pinheiro, Eduardo Gudim, Maria Marta, Elton, Julinho e tantos outros cabras maravilhosos...

Continua ....

Resumo da Semana - 20/12 a 26/12/2010

Programe-se:

20/12 - Segunda - Gafieira Nacional (Ó do Borogodó)

21/12 - Terça - Giana Viscardi e grupo Ó do Borogodó (Ó do Borogodó) e Paula Souto (Bar Seo Leopoldo)
22/12 - Quarta - Dona Inah (Ó do Borogodó)
23/12 - Quinta - Anaí Rosa (Ó do Borogodó)
24/12 - Sexta - Sem recomendações
25/12 - Sabado - Sem recomendações
26/12 - Domingo - Gafieira do Magnólia (Magnólia)

Todos os que estão destacados acima tem um novo post dedicado a eles abaixo. Verifique. Os que não estão destacados são igualmente recomendados, mas já foram comentados em outra ocasião.

Reprises

Abaixo os shows já comentados em outras ocasiões que estarão se reapresentando:

Bocato - 20/12 - meia-noite - Gratis - Studio SP (rua augusta, 591 - centro)

No Futuro

Nada de novo que valha a pena recomendar.

20/12/10 - Segunda

Nada de novo que valha a pena recomendar. Veja o Resumo da Semana.

21/12/10 - Terça

Nada de novo que valha a pena recomendar. Veja o Resumo da Semana.

22/12/10 - Quarta

Nada de novo que valha a pena recomendar. Veja o Resumo da Semana.

23/12/10 - Quinta

Nada de novo que valha a pena recomendar. Veja o Resumo da Semana.

24/12/10 - Sexta

Nada de novo que valha a pena recomendar. Veja o Resumo da Semana.

25/12/10 - Sábado

Nada de novo que valha a pena recomendar. Veja o Resumo da Semana.

26/12/10 - Domingo

Nada de novo que valha a pena recomendar. Veja o Resumo da Semana.

domingo, 12 de dezembro de 2010

A Semana Resumida

Todo final de ano e os bons shows vão rareando. Esse ano não foi diferente.

Nessa semana, apenas 3 show indicados. E em futuro próximo também não descobri nenhum show que possa valer a pena.

Ainda bem que podemos nos deliciar com os textos de Mario Mammana.

Na coluna "Eu fui", uma avaliação de uma casa e de uma banda. Talvez seja a última avaliação do ano.

Divirta-se.

Eu fui.... e sai rapidinho.

Fui ao Praça Madalena, na rua Aspicuelta, 585, na Vila Madalena.

A casa é legal, com mesas em local aberto e mais mesas na parte interna. O público é de moçada entre 20 e 30 anos.

No fundo da casa, há um palco e uma pequena pista de dança (é possível que 4 casais dancem com conforto). E por módicos R$ 5,00 você poderá entrar e assistir ao show.

Com relação à casa, acredito que o som poderia ser melhor trabalhado, mas pelo preço, a relação custo/benefício ainda é positiva.

Fui assistir à cantora Paula Souto, com mais 2 exigentes amigos. Já conhecia um pouco do trabalho da vocalista, mas fazia tempo que não a assistia.

Ela está muito melhor do que eu lembrava. Ela, sozinha, levou a banda nas costas e ainda driblou as dificuldades que a casa impunha com o som mediano.

Se a banda quisesse uma dica minha, eu diria a eles não mais cantarem enquanto não fizerem um curso de canto. Nos 15 minutos que fiquei lá, o repique tombou e a baqueta do surdo voou em direção à pedaleira do cavaquinho, desligando o aparelho. Foi engraçado, mas não pode acontecer novamente.

Meus exigentes amigos - Oswaldo e Paulo - vendo toda a dificuldade da banda, quiseram ir ao Ó do Borogodó. 2 contra 1, perdi a batalha. Saimos após 15 minutos depois de entrarmos.

Depois, fiquei sabendo que a vocalista e mais 2 integrantes da banda estavam substituindo os músicos da casa.

É uma pena que a Paula Souto não esteja cantando lá constantemente. Ela é ótima. Gostaria de vê-la acompanhada de bons músicos.

Abaixo um vídeo da Paula Souto cantando com outro grupo.

Tradição e Autenticidade - Por Mario Mammana

De quantos bares em São Paulo se pode dizer que são realmente autênticos e tradicionais? Cinco ou seis? Talvez nem isso?! Então s´imbora falar logo do Bar Léo! (Rua Aurora, 100). Quem nunca foi, vá! Mesmo porque o bar foi catalogado pela revista perdeuplayboy como um dos 5 melhores DO MUNDO! É brincadeira isso? Catalogações a parte (porque isso é papinho furado daqueles babacas metidos a bacana lá), não tenho freqüentado muitos bares por esse mundão afora mas o Léo é realmente show de bola. Numa escala futebolística (sempre aplicável nessas questões), estaria para os outros bares como o ataque da seleção de 58 está para as de 74 ou 90.

Posto que foi inaugurado em agosto de 1940, o bar completou recentemente 70 anos de existência. Uma marca invejável numa cidade em que tudo começa e acaba rápido.

Diz a lenda que começou sem nome. O primeiro dono, conhecido como alemão, não deu nome ao bar e algum tempo depois passou o estabelecimento nos cobres para um tal de Seu Leopoldo, conhecido como Léo. Daí a associarem o bar ao dono foi dois palito. Isso sim é autenticidade! E pensar que hoje os donos dão nomes do tipo “Bar do Juca” a bares caríssimos, que se esforçam para parecerem botecos, para ver “se pega”! Pois o Sr. Leo incluiu no cardápio pratos típicos da Alemanha e introduziu o chopp, na época uma bebida não tão popular quanto hoje. Fez um sucesso estrondoso! Além disso criou a novidade, hoje copiada por todo mundo, de servir almoço todos os dias, com pratos pré-estabelecidos. Outra bola dentro. Danado esse Seu Leopoldo!

Nos anos 60 quem assumiu o leme da casa foi o Sr. Hermes de Rosa que a comandou até ser convidado a servir chope no céu, em 2003. Hoje quem manda no pedaço são seus dois filhos.

Quem vai pela primeira vez ao Bar Léo certamente vai experimentar sensações que vão do puro prazer ao estranhamento total com algumas esquisitices. Comecemos pelas sensações de prazer mesmo porque, segundo Samuel Johnson, o prazer em si não é vício. O chopp é realmente sensacional. Talvez o melhor da cidade. E desde quando estive lá pela primeira vez, há muitos anos, percebi que os garçons já eram orientados a trazer mais tulipas sem que o freguês precisasse ficar acenando desesperadamente ou ameaçando o garçon de morte com a faquinha da manteiga, como acontece em alguns lugares. Esse esquema foi copiado por outros bares posteriormente, com a diferença de que no Léo eles esperam o seu chopp acabar antes de trazer outro!

A comida também é bacana! A começar dos canapés no pão preto, de rosbife caseiro, pasta de gorgonzola com copa, lingüiça defumada moída ou carne crua, os quais foram também copiados pelos inúmeros bares “alemães” que surgiram na cidade nos anos 70. Tem também bons bolinhos de carne, alguns salsichões (no bom sentido) e o famoso bolinho de bacalhau feito em edições limitadíssimas, apenas às quartas e sábados. É de quem chegar primeiro! Não conheço ninguém que tenha conseguido provar um sequer. Os pratos fixos semanais também são ótimos mas o cardápio é um samba do crioulo doido: do húngaro goulasch passamos à salada de batatas com salsichas, ravióli e bacalhau! Tudo muito bem feito e farto.

As esquisitices ficam por conta dos horários de funcionamento restritos (fecha às 20:30 durante a semana e às 17:00 aos sábados, não adianta chorar) sendo que aos domingos, nem pensar!

Dizem também que antigamente havia um código de moral imposto no bar pelo falecido Seu Hermes: quem fosse com a namorada ou esposa tinha que se comportar. Segurar a mão, tudo bem. Beijo, nem pensar. Se fosse de língua então, os fiscais da virgindade alheia convidavam o cabra a se retirar! Ah, e quem pedir chopp sem espuma é convidado a ir beber uma antártica na padaria em frente!

Para encerrar, o bar só acomoda 70 pessoas sentadas. Quem chegar tarde fica de pé, na calçada, em plena ZBM (ou mais conhecida como a zona do baixo meretrício) o que, convenhamos, não é de todo desagradável.

Superados todos os percalços só resta apreciar o ambiente mezzo boteco, mezzo bar alemão e concluir gravemente, parafraseando Humphrey Bogart, que “a humanidade está sempre três chopes atrasada”!



Resumo da Semana - 13/12 a 19/12/2010

Programe-se:

13/12 - Segunda - Moacyr Luz (Sesc Carmo) e Gafieira Nacional (Ó do Borogodó)

14/12 - Terça - Giana Viscardi e grupo Ó do Borogodó (Ó do Borogodó)
15/12 - Quarta - Dona Inah (Ó do Borogodó)
16/12 - Quinta - Juliana Amaral (Ó do Borogodó) e Zeca Baleiro (Estudio Emme)
17/12 - Sexta - Dose Certa (Bar Samba)
18/12 - Sabado - Banda Mantiqueira e Fabiana Cozza (Sesc Belenzinho) e Dose Certa (Bar Samba)
19/12 - Domingo - Banda Mantiqueira e Fabiana Cozza (Sesc Belenzinho) e Gafieira do Magnólia (Magnólia)

Todos os que estão destacados acima tem um novo post dedicado a eles abaixo. Verifique. Os que não estão destacados são igualmente recomendados, mas já foram comentados em outra ocasião.

Reprises

Abaixo os shows já comentados em outras ocasiões que estarão se reapresentando:

Bocato - 13/12 - meia-noite - Gratis - Studio SP (rua augusta, 591 - centro)

No Futuro

Abaixo está uma lista de shows que estão programados para acontecer. Alguns poderão vir a ser cancelados, mas nada impede que você possa a vir se preparar para vê-los.

Nada em um futuro próximo que valha a pena recomendar.

13/12/10 - Segunda

Quem não conhece Moacyr Luz, talvez tenha essa seja a última oportunidade do ano. Ele estará se apresentando dia 13/12, segunda-feira, no Sesc Carmo (rua do carmo, 147 - centro), às 19hs.

Ele é um dos grandes músicos desse país que não tem acesso a mídia. Se puder ir assistir, vá. R$ 16,00 (inteira).

14/12/10 - Terça

Nada de novo que valha a pena recomendar.

15/12/10 - Quarta

Nada de novo que valha a pena recomendar.

16/12/10 - Quinta

Eu não costumo recomendar shows de músicos conhecidos do público, mas Zeca Baleiro é especial.

É especial por que o show "Baile do Baleiro" é mais que um show. Já fui em vários "bailes" dele quando ainda existia o Blen Blen. Era sensacional. Todas as músicas eram dançantes e/ou divertidas. É um show que você sai feliz.

Para entrar é que você não fica muito contente. O preço varia de R$ 60,00 a R$ 120,00. O local do baile é no, novíssimo, Estudio Emme (av. pedroso de moraes, 1036), onde era o antigo Bar Avenida. Dizem que tem capacidade para 1000 pessoas.

Se dinheiro não for o problema, não perca.

17/12/10 - Sexta

Nada de novo que valha a pena recomendar.

18/12/10 - Sábado

Banda Mantiqueira e Fabiana Cozza.

Acho que não preciso falar mais nada. Apenas o nome da banda e da cantora já é suficiente para fazer você ir ao Teatro do Sesc Belenzinho (rua padre adelino, 1000). A Mantiqueira é uma das melhores bandas brasileiras e a Fabi é uma das melhores cantoras da atualidade.

A apresentação será dia 18/12, sábado, às 21h30 e dia 19/12, domingo, às 18hs.

É uma pena que não será possível dançar, mesmo assim vale a pena.

Divirta-se.

19/12/10 - Domingo

Nada de novo que valha a pena recomendar.

domingo, 5 de dezembro de 2010

A Semana Resumida

Semana repleta de shows bons. Não perca.

Veja como foi o show da gravação do cd do Grupo Dose Certa, na coluna "Eu vi...".

Não esqueça de ver o texto, caprichadíssimo, de Mario Mammana.

Eu vi... e me emocionei

Quarta-feira passada, como tinha anunciado, fui ao show da gravação do cd do Grupo Dose Certa, no Teatro Fecap.

A casa não estava lotada, mas todos os fãs de carteirinha do grupo estavam lá.

Esses meninos são, realmente, especiais. Olhando cada um deles, nós percebemos que a ausência de um interfere em quem eles são. A voz do Wilsinho é uma marca forte, as composições de Jonatas Petróleo e Alemão do Cavaco (ganhador do samba da Mangueira e da X9 paulistana em 2011) são valorosas, o Vinicuis no violão dá consistência ao grupo e o grande Vitor da Candelária é o ponto de equilíbrio musical de toda a banda.

Não é a toa que a gravação desse cd, envolveu mais 7 profissionais (2 percussionistas, 2 backing vocal e 3 metais), além dos 5 da banda.

Além de todos esses instrumentistas, vários interpretes convidados farão parte do novo disco e estavam lá para a gravação. Leci Brandão, Pedro Miranda, Ana Costa, Verônica Ferriani, Wanderley Monteiro e Ivan Lins estavam presentes nos 2 dias de shows.

Tudo muito bem feito, tudo muito bem organizado. A emoção dos integrantes da banda dava quase para se pegar, de tão intensa que era.

Não foi à toa que Vitor da Candelária chorou copiosamente quando começou a agradecer às pessoas que participaram da sua carreira, especialmente ao Cícero, dono do Bar Samba, onde eles começaram a despontar para o seu público, inclusive para mim.

Parabéns a eles e a todos que participaram da elaboração desse show. Foi tudo muito bonito e emocionante.

Não vejo a hora de chegar fevereiro para que possa comprar esse cd.

Minha Alma Canta - Por Mario Mammana

Vejo o Rio de Janeiro...

Depois dos últimos acontecimentos na Vila Cruzeiro e no Complexo do Alemão, o Rio está na moda. O Rio nunca saiu de moda. Para o bem ou para o mal. Acontece que, como para todo o paulistano cioso de suas esquisitices tipicamente paulistanas, o Rio é o meu alter ego. Só por isso eu já amaria o Rio. Não apenas por ser a necessária antítese de São Paulo, por ser seu espelho invertido, por ser o que nós não somos por excesso de culpa e de responsabilidade. Eu amo o Rio porque o Rio tem vocação prá ser feliz. E não tem vergonha disso! E ainda tem o samba! Covardia.

Além do mais, acho melhor ter os Arcos da Lapa como cartão postal do que a Ponte Estaiada, um mostrengo copiado de outras pontes pelo mundo desenvolvido afora. Mas antes que algum paesano mais enfurecido me pergunte: “porque você não vai morar lá então seu traidor?”, quero esclarecer que nasci aqui e, apesar dos pesares (vários pesares), também amo São Paulo. De mais a mais acho essa história de bairrismo entre Rio e São Paulo uma tremenda babaquice. Evidente que ambas são o Brasil, cada uma à sua maneira, que ambas se complementam, assim como Nova Yorque e Los Angeles, ou Madri e Barcelona.

Esta longa e enfadonha introdução é só para dizer que nos últimos anos assistimos em São Paulo a uma sistemática proliferação de botecos de “estilo” carioca. Ótimo. Poderia ser muito pior (imaginem uma invasão de botecos no estilo goiano, com duplas sertanejas a granel?!). Melhor copiar de quem sabe fazer boteco e faz dele uma extensão da praia. Dito isso, acho que é possível “ir” ao Rio de Janeiro sem passar por Congonhas ou pela Dutra. É só fazer um teletransporte no Bar Pirajá! (Avenida Brigadeiro Faria Lima, 64). Se existe uma embaixada carioca em terras piratininguenses, é lá mesmo!

Comecemos pelo chopp que é como se começa uma boa conversa. Quem já foi ao Bar Original, dos mesmos donos do Pirajá, sabe o quanto é precioso aquele líquido dourado que brota da chopeira. Pois o chopp é o mesmo e tirado com a mesma maestria e carinho. E as batidas?! O que dizer de um bar que ao contrário de ter uma carta de vinhos tem uma carta de batidas?! Para acompanhar essas maravilhas, fica realmente difícil escolher entre os petiscos. Tem um balcãozão com vários petiscos maravilhosos, mas os do cardápio são de escorrer uma lágrima de felicidade. Empadinhas de camarão, rãs grelhadas, lingüiça na cachaça, o famoso bolinho de abóbora com carne seca, croquete de pernil (Fio Maravilha), manjubinha empanada no chopp (Peixeiro Granfino), precisa mais?! Quem quer almoçar ou jantar também não se dá mal. Bons filés a Oswaldo Aranha, Pirajá (com queijo camembert e farofa de alho), a Pimenteira (ou “ao poivre” como se diz na Zona Sul), bacalhau, dobradinha, arroz a penafiel, milanesa a cavalo, já é?!!! E aos sábados a famosa feijoada da Tia Surica, uma das primeiras intérpretes do Príncipe do Samba, o bom e velho Paulinho da Viola. Aliás, sempre que estão na terra da garoa, é comum encontrar lá Ruy Castro, Beth Carvalho, Moacyr Luz, Nelson Sargento e outros cariocas ilustres renovando o visto.

Aos corajosos que se dispuserem a esperar uma mesa na calçada até a barba crescer num sábado de verão, uma cortina de maravilhas se abrirá. Daí é só imaginar que você está no Bracarense em pleno Leblon, olhar a avenida e imaginar o oceano atlântico até sentir a maresia. Não precisa nem caprichar nos esses e nos erres. Pode chamar o garçon de “meu querido” e soltar um “ôrra meu” de vez em quando.

Daí é só terminar a noite recitando Drummond em voz alta: “Rio antigo, Rio eterno, Rio-oceano, Rio amigo, O Governo Vai-se? Vá-se. Tu ficarás e eu contigo.”

Resumo da Semana - 06/12 a 12/12/10

Programe-se:

06/12 - Segunda - Gafieira Nacional (Ó do Borogodó)

07/12 - Terça - Giana Viscardi e grupo Ó do Borogodó (Ó do Borogodó)
08/12 - Quarta - Dori Caymmi e Renato Braz (Sesc Belenzinho) e Dona Inah (Ó do Borogodó)
09/12 - Quinta - Juliana Amaral (Ó do Borogodó) e Alaíde Costa (Memorial da América Latina)
10/12 - Sexta - Estatuto da Gafieira (Kabul) e Dose Certa (Bar Samba)
11/12 - Sabado - D. Ivone Lara e Délcio Carvalho (Sesc Belenzinho), Fabianna Cozza (Sesc Consolação) e Dose Certa (Bar Samba)
12/12 - Domingo - Paula Lima (Auditório Ibirapuera), Yamandú Costa e Armandinho (Arena de Eventos - Pq. Ibirapuera) e Gafieira do Magnólia (Magnólia)

Todos os que estão destacados acima tem um novo post dedicado a eles abaixo. Verifique. Os que não estão destacados são igualmente recomendados, mas já foram comentados em outra ocasião.

Reprises

Abaixo os shows já comentados em outras ocasiões que estarão se reapresentando:

Bocato - 06/12 - meia-noite - Gratis - Studio SP (rua augusta, 591 - centro)

No Futuro

Abaixo está uma lista de shows que estão programados para acontecer. Alguns poderão vir a ser cancelados, mas nada impede que você possa a vir se preparar para vê-los.

Nada em um futuro próximo que valha a pena recomendar.

06/12/10 - Segunda

Nada de novo que valha a pena recomendar.

07/12/10 - Terça

Nada de novo que valha a pena recomendar.

08/12/10 - Quarta

Quem lê meus posts sabe que eu adoro o Renato Braz. Se ele fizer um show em que ele apenas assobia, eu vou assistir. Qualquer coisa que ele faz é de se tirar o chapéu.

Tirando a tietagem de lado, a união de Dori Caymmi e Renato Braz faz bem à musica popular brasileira.

Apesar do preço - R$ 32,00 (inteira) - vale a pena assistir. Será dia 08/12, quarta-feira.

Não perca.

Conheça um pouco do trabalho dos dois artistas, no vídeo abaixo:

09/12/10 - Quinta

A cantora predileta do saudoso Johnny Alf, Alaide Costa, se apresentará, gratuitamente, no Memorial da América Latina, dia 09/12, às 21hs.

Eu adoro a Alaíde Costa. Ela, apesar dos seus 75 anos - que serão completados um dia antes do seu show - tem uma sensualidade natural. Sua voz, delicadamente forte, é um bálsamo aos ouvidos. Aquele seu jeito antigo de interpretar as canções faz você viajar durante toda a apresentação.

Não perca.


Pra você entender o que significa "delicadamente forte", abaixo tem um vídeo com a interpretação de Alaíde Costa, da música "Adeus, Batucada", de Sinval Silva.

10/12/10 - Sexta

Na última sexta-feira de novembro, os dançarinos de plantão ficaram um pouco orfãos. Foi a última apresentação do ano do Clube da Gafieira.

Nessa próxima sexta-feira, temos uma opção: o Estatuto da Gafieira fará uma apresentação no Kabul.

Eu vi essa banda tocar apenas uma vez, no Na Mata Café. Eu gostei bastante dos músicos. Os vocalistas são esforçados, mas é só isso. Falta bastante pra eles chegarem ao nível dos instrumentistas.

Normalmente, o público da banda é de gente jovem e bonita.

Infelizmente, ainda não conheço o Kabul - onde eles se apresentarão - e não poderia dizer se dá pra dançar ou não.

De qualquer forma, como não há nada de mais interessante hoje, vá conferir. Será, dia 12/12, sexta-feira. Abertura da casa, a partir das 21hs.

Para ajudar você a tomar a decisão, veja um vídeo do grupo. Confira se eu não estou certo na minha avaliação.

11/12/10 - Sábado

Em 17 de Novembro, Dona Ivone Lara e Délcio Carvalho se apresentaram no Centro Cultural Fiesp. Esse mesmo show será realizado no, recém inaugurado, Sesc Belenzinho (rua padre adelino, 1000).

Ainda não conheço o espaço destinado aos shows, mas espero que os preços não fujam dos valores das outras unidades. Especialmente nesse mês de inauguração os shows estão a R$ 32,00 (inteira). Espero que diminuam esse valor para que possa ficar mais acessível a todos.

De qualquer forma, para quem não nunca viu a D. Ivone Lara ou Délcio Carvalho, não pode deixar de assistir. Será dia 11/12, sábado, às 21 hs e dia 12/12, domingo, às 18hs.

Para quem quer pagar menos por um excelente show de samba, terá a opção de assistir Fabiana Cozza, no Sesc Consolação (rua dr. vila nova, 245 - vila buarque), por apenas R$ 10,00. Como bônus ainda poderá assistir ao documentário sobre a vida de Martinho da Vila, em 1977, em Paris, quando fez uma série de apresentações por lá.

Sábado excelente. Qualquer um dos shows será uma bela escolha.

Divirta-se.

12/12/10 - Domingo

Dois show no Parque do Ibirapuera, no dia 12/12, domingo.

O primeiro será gratuito, às 18hs com Yamandú Costa e Armandinho. Dois instrumentistas de primeira linha, tocando gratuitamente em um dos mais democráticos lugares de São Paulo, na Arena de Eventos do Parque do Ibirapuera.


O segundo show será no Auditório do Ibirapuera - em frente ao Obelisco - protagonizado por Paula Lima. Seus show são sempre muito intensos e calorosos. R$ 30,00 (inteira), às 19hs.