domingo, 10 de abril de 2011

Uma Tirada Genial - por Mario Mammana

O importante filósofo Arthur Shopenhauer disse certa vez que "o gênio e o louco num ponto se assemelham: ambos vivem em um mundo diferente daquele em que vivem os outros mortais." Citá-lo aqui é oportuníssimo porque, além dele ter “shope” no nome e de ser alemão (devia entender muito do assunto), vou tratar hoje de um bar que pretende ser genial, pelo menos no nome. E de certa maneira é! Apenas para não perder o mote da frase, o Bar Genial (Rua Girassol, 374 – Vila Madalena) vive, de muitas formas, em um mundo diferente dos bares que o cercam. Já foi, durante muito tempo, o meu boteco preferido. De certa maneira ainda é!

O terceiro bar dos competentes irmãos Altmann adotou um nome híbrido entre os nomes dos dois bares anteriores. Genésio + Filial = Genial. Perfeito! Além desta tiradinha genial, as paredes do bar são forradas com fotos dos incontestáveis gênios da humanidade, em sua grande maioria, os brasileiros. Bebe-se em muitíssimo boa companhia lá. Machado de Assis, Zico, Garrincha, Vilalobos, João Saldanha, Nelson Cavaquinho, Grande Otelo, Noel Rosa, Michelangelo, Tom Jobim, Elis Regina, José Lewgoi, Baden, Adoniran, Einstein, Van Gogh, Jacob e tantos outros estão por ali. Você pode até achar que nem todos eles tenham sido gênios da raça, mas isso já é motivo para se iniciar um agradabilíssimo papo de boteco!

O serviço é de primeira grandeza. Garçons simpáticos, rápidos e de excelente memória (me chamam pelo nome, mas isso não é vantagem depois das 128 vezes em que já estive lá). Se o cliente estiver apuros financeiros pode conversar com o ótimo garçon Pereira, que lê tudo sobre o mercado financeiro e pode te indicar os melhores investimentos do dia, a taxa selic e a cotação do dólar. É melhor do que assistir o Joelmir!

O cardápio é impecável e muito bem realizado. Alguns itens foram trazidos dos dois bares anteriores, já citados. O prato de mãe, por exemplo! (arroz, feijão, filé, ovo frito e fritas). A Bisteca do Padre Olavo também já é um clássico (bisteca à fiorentina, acompanha polenta com molho de tomates frescos e azeitonas pretas), com a ressalva de que o dito cujo religioso realmente existiu e foi pároco da Igreja do Calvário durante bom tempo. A Feijoada Baiana também já arregimentou fervorosos adeptos. Da churrasqueira eu destaco a paleta de cordeiro com batatas no azeite e alecrim e o Bistecão Genial com batata brava, t-bone (800 gramas), batatas em cubos, fritas, com molho apimentado da casa. Aiaiaiai....

Os petiscos então são de bater palmas de pé. O meu preferido são os bolinhos de mandioca com camarão, mas tem ainda os mini-acarajés recheados com vatapá, camarões e vinagrete, a calabresa recheada com provolone e orégano (sensacional), as costelinhas de porco grelhadas com parmesão (pura sacanagem!) e porque não o misto de grelhados (costelinha de porco, asinha de frango e calabresa com ervas). O chope da casa é muito bom (já foi maior) e a vantagem é que eles ficam abertos até alta madruga, o que garante a boquinha do fim de programa.

Quanto aos pontos negativos (quem não os tem?) a recente reforma realizada na entrada do bar, que o transformou num aquário indevassável, tirou 80% da graça de se sentar na frente. Os preços também andaram subindo muito ultimamente. Fazer o que? A diferença entre a genialidade e a estupidez, dizem, é que a genialidade tem limites!


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