domingo, 10 de outubro de 2010

Pelos Cantos do Brasil - Por Mario Mammana

Duas questões me movem a escrever a coluna de hoje. Primeiro, não ficar falando só de boteco e cachaça para não correr o risco de macular a minha imagem de bom moço de família. Segundo, para privilegiar um pouco alguns amigos queridos, afinal de contas ainda vale a máxima "Aos amigos tudo! Aos inimigos, o rigor da lei". A autoria do provérbio é controversa, mas há pouca dúvida de que seja genuinamente brasileiro.

Então outro assunto me ocorre e com o qual tenho, igualmente, alguma intimidade (não tanto quanto eu gostaria): a boa música brasileira! Quem ouve rádio e vê TV aberta com freqüência tem a exata sensação de que a música brasileira morreu e ainda não sabe ou que não existem mais lugares onde se pode ouvi-la. Ledo engano. Se você pensa assim e vive choramingando que não se fazem mais compositores como Chico Buarque, ou então fica torcendo para ser lançada a próxima coleção da Folha de São Paulo sobre a história da MPB, anime-se! Ainda existem bons compositores, boa música brasileira, excelentes músicos e cantores, vagando incógnitos por aí e esbarrando com você pelas calçadas, no metrô, nos restaurantes e supermercados da cidade. E digo mais, é possível vê-los em ação em diversos lugares. E às vezes de graça!!! Demais hein?!

Um, apenas um desses lugares, é uma pequena (só no tamanho) escola de música chamada “Canto do Brasil”, incrustada nos rincões da Vila Madalena (Rua Madalena, 32) e que iniciou suas atividades em 1997, sob a direção de Regina Machado, com o objetivo de oferecer uma formação musical pautada na sonoridade da voz na canção popular brasileira urbana. A Escola possui no subsolo um pequeno teatro/porão e é lá que a mágica acontece. Todas as quintas-feiras, a partir das 20:00 horas, ocorrem as “quintas sonoras”. Um espetáculo musical de apenas duas horas, totalmente gratuito. Quem já foi uma vez vai sempre! A cada quinta, pelo menos um convidado novo aparece. Para o iniciados, lá já se apresentaram, por exemplo, Fábio Barros, Daniel Murray, Chico Saraiva, Claudio Duarthe, Pratinha, Japonego e alguns outros ilustres desconhecidos que podem se tornar conhecidos a qualquer momento. Até o velho mestre Paulo Vanzolini já deu as caras e cantou! De quebra, as professoras da escola sempre se arriscam a freqüentes, benvindas e comemoradas canjas!

Quem comanda a função, com a costumeira competência, é Ítalo Peron, violonista, arranjador e produtor musical de primeiríssima, hoje mais conhecido como “o pai do Fábio Peron”, um bandolinista fantástico de apenas 19 anos que sempre se apresenta por lá também, ao lado do pai e dos amigos. Não desconfiem da quantidade de adjetivos e nem da minha amizade com eles. A visita vale mesmo!

Ah, e como não sou tão bom moço assim, é importante dizer que no andar de cima do teatro tem um barzinho com boêmias a preços honestos. É bom para fazer o “esquenta”, ou para emendar depois no vizinho Jacaré.

3 comentários:

  1. Meu amigo-poeta-blogueiro... além de tudo; 'enquanto descansa descarrega pedra', rs ... digo, garimpas estas preciosidades, né?! (:
    Parabéns por mais este cantinho bom de se visitar!

    Carinhoso abraço!

    Neide Oliveira.

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  2. Vininha, adorei o Cantinho!
    Grande dica.
    Concordo com a Neide, falou e disse.

    Bjs Sylvia Bentivegna

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