domingo, 20 de fevereiro de 2011

Cacilda !!! - por Mario Mammana

Cacilda Becker, a grande atriz brasileira que morreu aos 48 anos, na flor de sua vida e de seu talento, mereceu nome de teatro. Ele fica aqui em São Paulo, no outrora simpático e acolhedor bairro da Lapa.

Na esquina em frente, pegando carona no nome do teatro, funciona há mais de dez anos o Bar Cacilda (Rua Tito, 237) o qual prima pela qualidade mas não pelo atendimento. Já deu pra perceber que uma vez mais vou exercer o saudável esporte de espinafrar um bar! Nesse caso não tem como ser diferente!

No começo, antes da reforma que aumentou o tamanho do bar consideravelmente, eu ia muito lá com minha namorada na época, hoje patroa oficial (não existem filiais). Ela morava no Alto da Lapa e o Cacilda era um bar próximo e aconchegante.

Recentemente estive lá com amigos e as coisas mudaram um pouco. O bar hoje padece do que é norma vigente em todos os bares da Lapa: fecha cedo demais e os funcionários e garçons desenvolveram técnicas infalíveis para enxotar os clientes: Mau humor, lentidão no atendimento e aquela cara típica que os garçons fazem quando acham que você é um estorvo e que precisa ser eliminado rapidamente.

Consigo pensar em muitos defeitos e problemas num bar. Garçons mal treinados, trabalhando de má vontade, é o pior de todos, disparado!

O triste é que o bar tem tudo para ser bacana. Fica numa esquina nostálgica e tranqüila, é bonito, é facilmente visível para quem trafega pela Rua Tito, as cervejas são boas e a cozinha também. O problema, repito, são os garçons que te tratam como se você estivesse em liberdade condicional.

Tá bom, tá bom, vamos falar das coisas boas. O ambiente interno é legal, com um salão bom e um mezanino perfeito para namorar. Os petiscos também, se não empolgam, não decepcionam. As bruschettas e a casquinha de frutos do mar são recomendáveis. Os pratos seguem na mesma linha e o cardápio é extenso, com destaque para as massas e os peixes. Pronto. Falei bem. Voltemos à carga!

O compositor Lobão, sim aquele, disse certa vez que "O garçom é o nosso psicólogo de plantão, nosso melhor amigo no final de uma noite de loucuras." Concordo com ele. Em muitos casos isso é verdadeiro. Conheço muitos bons garçons e tenho a maior simpatia pela classe, mas no caso do Cacilda o garçom é o psicopata de plantão, nosso pior inimigo que transforma o final da noite numa loucura. E digo isso porque, no meu caso, eles até retiraram a cadeira de uma amiga da mesa, quando ela foi ao banheiro. Inaceitável. Também acho terrível ser literalmente mandado embora de um bar! Se fosse 5 da manhã está certo, mas isso aconteceu por volta da meia-noite de uma sexta-feira!!!

Fico pensando que ou os proprietários da casa não tem conhecimento do que acontece, o que induz a uma certa negligência, ou pior, a orientação em ser o mais desagradável possível parte diretamente deles. Nesse caso recomendo aos proprietários que vendam o bar a alguém que realmente gosta de ter um bar e que não o tratam como um mero negócio, como uma maneira de fazer dinheiro, porque de donos de bar assim ninguém precisa, apesar de existirem tantos por aí. Com o dinheiro da venda do bar, que abram um asilo de velhinhos surdo-mudos, que fecha bem cedo e geralmente os fregueses não reclamam do péssimo tratamento.

Para terminar de destilar a rabujice gostaria de deixar claro que não me julgo no “direito” de ser bem tratado num bar. Não sou do tipo chato que reclama de tudo e gosta de espezinhar o próximo apenas porque está pagando. De fregueses assim também ninguém precisa. Mas é meu “interesse” que eu seja bem tratado e como já dizia Napoleão Bonaparte, “todo homem luta com mais bravura por seus interesses do que por seus direitos”. Uma vez que os meus interesses, tão básicos e comezinhos, não foram atendidos, só me resta evitar este bar, como de fato evitarei com todas as forças do meu coração!

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