domingo, 17 de julho de 2011

Eu fui ... e gostei bastante

Sou muito fã do trabalho de Juliana Amaral e sou seu amigo pessoal. Por isso, é muito dificil fazer uma avaliação de uma pessoa tão querida. É a primeira vez que faço isso e não pretendo fazer tão cedo novamente.

A expectativa é muito grande e como eu não aceito fazer adulações gratuitas, fico torcendo para que minha amiga faça um show excepcional para que possa avaliar da maneira mais positiva possível. E eu me conheço: não economizaria palavras caso alguma coisa saisse errado.

Bom... Vamos a avaliação dupla: do show Samba Mínimo, de Juliana Amaral, e da Casa de Francisca.

Através do site do Casa de Francisca (www.casadefrancisca.art.br) pude comprar, sem maiores transtornos, com meu cartão de crédito, os ingressos para o espetáculo Samba Mínimo, de Juliana Amaral. Na confirmação impressa, dizia para chegarmos com, pelo menos, 1 hora de antecedencia com o risco de perdermos os lugares reservados, caso a casa estivesse lotada.

Como já sabiamos que a Casa de Francisca tinham poucos lugares, Marcia e eu chegamos cedo para que não perdessemos nossa reserva e pudessemos escolher um melhor lugar, já que não existem lugares marcados. Além disso, não há valet na casa, portanto, tive que deixar o carro na rua por que não consegui encontrar um estacionamento próximo. O melhor é ir de taxi.

Depois que entramos, eu jamais esperaria encontrar o que encontrei. Imagine uma casa de 3 pavimentos, mas sem os pisos. No meio dessa casa uma "escada" (se é que se pode chamar de escada) com tamanhos de degraus variados, ligando o palco até o último pavimento. Dos dois lados dessa "escada", no primeiro piso, mesas para 2, 4, 6 e 8 pessoas. No segundo pavimento, uma mesa redonda, grande, onde várias pessoas podem se sentar compartilhando a mesma mesa e algumas "antigas cadeiras de cinema" onde você apenas senta, sem apoio para pratos, mas com a possibilidade de apoiar copos. No terceiro pavimento, uma ou duas mesinhas (não consegui ver direito) para 2 pessoas e mais "cadeiras de cinema".

Isso sem contar as duas escadas laterais, onde uma leva ao camarim e a outra, imagino, até a cozinha. Dá a impressão que você está em uma pintura do Dali.

Ou seja, apenas olhando para o lugar, dá a sensação de um espaço totalmente alternativo.

Como estavamos em 2 pessoas, podiamos escolher ou uma mesa grudada ao palco ou uma outra no último andar da casa. Como em nenhum dos lugares haveria problemas para se enxergar o palco ou ouvir o show, escolhemos o lugar onde havia cadeiras almofadadas, bem proximo do palco. A foto acima, um pouco escura demais, foi tirada de onde estavamos sentado.

O mais interessante é que mesmo com aquele ar simples e "alternativo", a casa não oferece refrigerantes nem porções, os pratos são pequenos com preços de prato grande (R$ 31,00 por um nhoque muito saboroso), cervejas importadas na faixa de R$ 9,00 e Whisky por R$ 22,00 a dose. O atendimento é bom e os garçons simpáticos.

Isso fez a casa ter um contraponto entre a simplidade da aparencia e a sofisticação dos serviços que a casa oferece. Gostei. São Paulo precisava de uma casa desse tipo.

O show atrasou mais de 20 minutos, previsto para começar as 22hs, com pedidos de desculpas sinceras do anfitrião. Além disso, ele disse que a casa não atende a pedidos enquanto o show estiver em andamento e pediu silencio, mesmo quando fossemos embora, já que eles estão localizados em uma região residencial e não querem incomodar os vizinhos. O público presente atendeu sem maiores problemas.

Simples como a casa, o espetáculo tem apenas 2 músicos - Samba Sam (percussão) e Gian Corrêa (violão de 7 cordas) - e, claro, Juliana Amaral na voz.

Antes de cantar sua primeira música, a cantora começa o espetáculo recitando versos. Isso aconteceu várias vezes durante os 80 minutos de espetáculo.

Para meu alívio, nem a voz rouca atrapalhou o show dessa grande cantora que alternava entre recitar e cantar.

Mais uma vez, o contraponto se fez. A simplicidade de ter apenas 3 músicos no palco e a sofisticação de um show que envolveu poesia e música de qualidade.

Esse foi um show de aparência simples em uma casa tão simples quanto, unidas em sofisticação tanto cultural - do Samba Mínimo - quanto dos serviços da casa.

Parabéns aos dois.

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